Contas externas têm saldo negativo de US$ 60 milhões em novembro
As contas externas tiveram saldo negativo de apenas US$ 60 milhões em novembro, informou o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 8,5 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países. A diferença na comparação interanual se deve ao saldo da balança comercial, que aumentou US$ 7,5 bilhões, enquanto os déficits em serviços e renda primária (lucros e dividendos) recuaram US$ 212 milhões e US$ 665 milhões, respectivamente.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que o resultado comercial é o maior da série histórica para os meses de novembro e foi o principal responsável pela melhora nas transações correntes do mês. Segundo ele, isso deve ao aumento das exportações no mês passado, que cresceram 39,3%, enquanto as importações cresceram apenas 3%. "No mesmo mês de novembro as importações ficaram praticamente paradas enquanto as exportações continuaram a crescer", disse, explicando que o resultado foi específico em novembro, já que, de janeiro a novembro, exportações e importações cresceram em patamares similares, em média 21%.
Investimentos
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 8,3 bilhões no mês passado, ante US$ 5 bilhões em novembro de 2021 e estão bem distribuídos, seja por componente, faixa de valores e setores em que esses recursos estão sendo alocados. É o melhor resultados desde novembro de 2019, ou seja, já superam o período pré-pandemia. No mês passado, houve ingressos líquidos em participação no capital de US$ 4,8 bilhões, como com compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 3,5 bilhões.
Nos 12 meses encerrados em novembro, o IDP totalizou US$ 77,1 bilhões, correspondendo a 4% do PIB, em comparação a US$ 73,8 bilhões (3,9% do PIB) no mês anterior e US$ 52,7 bilhões (3,2% do PIB) em novembro de 2021. Para Rocha, o déficit em baixa nas transações correntes e os investimentos elevados no país demonstram a solidez das contas externas brasileiras. Segundo ele, os investimentos foram expressivos ao longo do ano, com valores de dois dígitos, mais de R$ 10 bilhões, como em fevereiro e abril.
Com Agência Brasil
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