Banco Central prevê cortes de juros mais espaçados
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), relatou na ata da reunião da semana passada que que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. "Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas", revela o Copom no documento publicado nesta terça-feira (11).
De acordo com o documento (leia a ata na íntegra ao final desta reportagem), o Copom entendeu que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado. Porém, o grupo reconhece que, devido a questões de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. "Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva", detalha a ata.
Os membros do Comitê também analisaram o cenário global. "No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador", destaca o BC.
"Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial. Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais", avalia o Copom.
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