Mapa preliminar apresenta bandeira vermelha em todo o RS

Modelo de Distanciamento Controlado chega à 30ª rodada com pior momento da pandemia
Leite se reunirá com a Famurs e com representantes das 27 associações regionais para definir alterações nos protocolos já adotados, diante do agravamento da situação da doença

O Rio Grande do Sul passa pelo momento mais crítico da pandemia de coronavírus. Com o número de pacientes internados em leitos clínicos e em UTIs atingindo o pico da série histórica, o mapa preliminar da 30ª semana do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (27), traz, pela primeira vez, todas as 21 regiões Covid em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto). O mapa definitivo será divulgado após análise dos recursos pelo Gabinete de Crise, na tarde de segunda-feira (30). A vigência das bandeiras da 30ª rodada começa à 0h de terça-feira (1°/12) e se encerra às 23h59 de segunda-feira (7/12).

Na quinta-feira (26), o Rio Grande do Sul chegou a 1.183 pacientes hospitalizados por conta do coronavírus e a 775 pessoas internadas em leitos de UTI. Com a manutenção do total de leitos e o aumento de 13% nos pacientes confirmados por Covid-19 internados em UTI, houve nova redução de leitos livres, chegando ao menor nível desde o início do Distanciamento Controlado: 0,67.

O quadro fez com que o indicador específico que mede a capacidade de atendimento do Estado como um todo recebesse a classificação de risco altíssimo (bandeira preta), cenário que se repete em cinco das macrorregiões (Metropolitana, Serra, Missioneira, Centro-Oeste e Norte). Houve uma piora em diversos indicadores ao longo da última semana. O número de casos ativos para doença cresceu 13% e ultrapassou a marca de 21 mil pessoas que testaram positivo apenas nesse período.

"Nosso modelo analisa uma série de indicadores, desde óbitos, hospitalizações, propagação do vírus e disponibilidade de leitos hospitalares. Os números apontam para bandeira vermelha em todas as regiões. É um alerta que se apresenta no nosso Estado, na mesma direção do que está acontecendo em outros Estados. Estamos de fato vivendo uma segunda onda de coronavírus aqui no Rio Grande do Sul e também em outras regiões", alertou o governador Eduardo Leite.

Na segunda-feira à tarde, o governo se reunirá com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e com representantes das 27 associações regionais para definir alterações nos protocolos já adotados, diante do agravamento da situação da doença. "Estamos chegando ao final do ano, período no qual as pessoas gostam de se reunir, de confraternizar, e de fazer o popular amigo secreto. Se tem amigo secreto, tem um inimigo bem conhecido, invisível, que é o coronavírus. Por isso, pedimos mais uma vez a todos: evitem aglomerações e contatos desnecessários, para que possamos atravessar este momento que se apresentará pelas próximas semanas", reforçou o governador.

Mapa preliminar
Pela primeira vez, ao menos três regiões tiveram média ponderada que as aproximou da classificação final em bandeira preta: Bagé, Erechim e Uruguaiana. Além da situação piorar em toda a macrorregião Norte, Erechim foi a única que alcançou classificação de risco máximo nos quatro indicadores regionais.

A situação piorou significativamente no último mês. De 30 de outubro a 26 de novembro, os indicadores apontam elevação de 26% (de 830 para 1.047) no número de hospitalizações confirmadas pela doença e aumento de 30% (de 712 para 928) de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Além disso, o número de internados em leitos clínicos com coronavírus cresceu 54% (de 768 para 1.183) e o número de óbitos subiu 31%, de 211 para 276.

O mapa mais avermelhado já visto pelo Estado foi o preliminar da 15ª rodada, que apresentou 16 regiões com risco alto. Após recursos, o mapa definitivo, vigente entre os dias 18 e 24 de agosto, trouxe 14 regiões em vermelho. As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (238), Caxias do Sul (128), Passo Fundo (79), Novo Hamburgo (74) e Canoas (62).

As regiões em cogestão classificadas em bandeira vermelha podem adotar regras de bandeira laranja, e as classificadas em laranja podem adotar protocolos de bandeira amarela, basta que enviem protocolos próprios adaptados à Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam). Paralelamente aos pedidos de cogestão, o Estado aceitará pedidos de reconsideração à classificação de risco, que podem ser feitos via associação regional por meio de formulário eletrônico, no prazo máximo de 36 horas após a divulgação do mapa preliminar – até as 6h de domingo (29).

Regra 0-0
Conforme o mapa preliminar da 30ª rodada, todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul estão em bandeira vermelha, o que corresponde a 100% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes). Dos 497 municípios gaúchos, 207 (930.400 habitantes, 8% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

Destaques da 30ª rodada
– número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 reduziu 11% entre as duas últimas semanas (de 1.172 para 1.047);
– número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentou 12% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 827 para 928);
– número de internados em leitos clínicos com Covid-19 aumentou 17% entre as duas últimas quintas-feiras (de 1.014 para 1.183);
– número de internados em leitos de UTI com Covid-19 aumentou 13% entre as duas últimas quintas-feiras (de 683 para 775);
– número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 reduziu 17% entre as duas últimas quintas-feiras (de 626 para 522);
– número de casos ativos aumentou 13% entre as duas últimas semanas (de 18.860 para 21.348);
– número de registros de óbitos por Covid-19 ficou praticamente estável entre as duas últimas quintas-feiras (de 282 para 276).

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Comentários: 1

Jesús Carcavilla em Segunda, 30 Novembro 2020 16:23

Parece que o governo não vem alertando a população com relação ao tratamento precoce contra a Covid. O tratamento já provou ser eficaz para o combate do vírus, mas a população não tem conhecimento e a "mídia" tradicional não faz questão de informar. Não seria necessário a lotação dos hospitais se esse protocolo estivesse sendo utilizado. Veja os exemplos de Belém e de outras cidades que adotam o tratamento precoce e não o trancamento das pessoas onde o contato é pior.

Parece que o governo não vem alertando a população com relação ao tratamento precoce contra a Covid. O tratamento já provou ser eficaz para o combate do vírus, mas a população não tem conhecimento e a "mídia" tradicional não faz questão de informar. Não seria necessário a lotação dos hospitais se esse protocolo estivesse sendo utilizado. Veja os exemplos de Belém e de outras cidades que adotam o tratamento precoce e não o trancamento das pessoas onde o contato é pior.
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Terça, 16 Abril 2024

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