O Sul ainda terá o melhor Sommelier do país

Previsão foi feita por Wallace Gonçalves Neves, o melhor profissional do Brasil em 2022, durante a 3ª Jornada do Sommelier promovida pela ABS-RS. Concurso consagrou Luis Gustavo da Silva Buske como bicampeão no estado
"É importante que as empresas valorizem a profissão do Sommelier porque ela é fundamental para que se amplie a cultura do vinho no país. Com mais conhecimento teremos um mercado mais maduro em todas as pontas", defendeu Buske

Luis Gustavo da Silva Buske conquistou o título de Melhor Sommelier do Rio Grande do Sul, pela segunda vez seguida, após a finalíssima promovida pela seccional gaúcha da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS) que ocorreu na tarde de sábado (3), no Hotel & Spa do Vinho, em Bento Gonçalves, e que também contou com um estreante em finais, Marcelo dos Santos, e com a campeã da primeira edição do certame, Deisi da Costa. No mesmo dia foi realizada a 3ª Jornada do Sommelier, com assuntos relacionados à sustentabilidade da cadeia vitivinícola e a segunda feira de vinhos da ABS-RS. Buske, 32 anos, atua há quase uma década no Restaurante Braziolli, de Gramado, na Serra Gaúcha. Segundo ele o que o motivou a voltar a concorrer foi se desafiar a evoluir ainda mais, e também se preparar para o concurso de melhor Sommelier do Brasil que será realizado no segundo semestre. 

"Esse prêmio serve como um estímulo para continuar estudando. Participo desde a primeira edição e a cada ano o nível está mais elevado. É sempre muito difícil administrar o tempo, sob pressão e exercer o serviço do vinho com os desafios que foram colocados", resumiu. Eleito o melhor Sommelier do Brasil em 2022, Wallace Gonçalves Neves, presente no evento, afirmou que a região Sul poderá ter o melhor profissional da categoria nos próximos anos, tendo em vista o trabalho de formação que a ABS-RS vem exercendo. O bicampeão iniciou a carreira como garçom e atualmente está na gerência do restaurante. Ele conta que faz parte do seu dia a dia a condução de um serviço formal, como é exigido no concurso, mas que os elementos-surpresas que foram colocados acabaram trazendo dificuldades extras na final. "É importante que as empresas valorizem a profissão do Sommelier porque ela é fundamental para que se amplie a cultura do vinho no país. Com mais conhecimento teremos um mercado mais maduro em todas as pontas", defendeu. Antes de anunciar o vencedor, o presidente da ABS-RS, Júlio César Kunz, destacou a coragem dos finalistas em se colocarem à prova. Segundo ele, a profissão de Sommelier exige que os profissionais se exponham e quem ganham são os consumidores por contarem com um serviço com excelência cada vez maior.

Assumindo um protagonismo em assuntos que afetam todo o setor vinícola brasileiro, a ABS-RS promoveu a 3ª Jornada do Sommelier. Temas como governança, compliance e ESG, alçados à pauta nacional nos últimos meses, foram expostos por representantes brasileiros e estrangeiros, com exemplos, projetos que estão sendo desenvolvidos e metas para os próximos anos. Abrindo o painel "Equidade no vinho: boas práticas do vinhedo à taça", Erica Taylor, diretora geral da South African Sommeliers Association (SASA), fez um resgate histórico da vitivinicultura do país, que passou por desafios como o Apartheid, crises hídricas e a própria pandemia que aceleraram a busca por um modelo de produção sustentável. Erica abordou as certificações que ajudam a conciliar os cuidados com o meio ambiente associadas ao foco na produção de vinhos premium. "Hoje temos cerca de 45% dos vinhedos qualificados para receber as certificações de sustentabilidade no país. Não há como ter acesso e conquistar mercados premium, como a Europa, sem uma robusta agenda ESG", detalhou.

No painel "Vitivinicultura Sustentável: o Caminho para um Futuro Responsável", Lucia Bentancor de León, inspetora do Instituto Nacional de Vitivinicultura do Uruguai (Inavi), detalhou de que forma o país vem trabalhando no fomento à produção sustentável desde 2018 e que deverá certificar todas as vinícolas até o próximo ano. Ela informou que o próprio INAVI subsidia com US$ 750 propriedades de até 5 hectares e com US$ 1 mil para vinhedos acima de 50 hectares. "Esse trabalho de certificação está alicerçado em promover segurança alimentar, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental e econômica. Um dos focos é reduzir o impacto da produção de uvas ao meio ambiente, além de atender às exigências que o próprio mercado vem tomando quanto às práticas agrícolas", contextualizou.

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Sexta, 03 Mai 2024

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