Varejo atinge o maior patamar da série
Na passagem de fevereiro para março, as vendas no comércio varejista no país cresceram 0,8% e atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000, superando o nível recorde anterior, alcançado em fevereiro de 2025. É terceira taxa positiva seguida, levando o índice de média móvel trimestral a 0,6%, após avanço de 0,3% no trimestre encerrado em fevereiro. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE.
"No último mês, o que chama mais atenção é o perfil distribuído do crescimento intersetorial. Tivemos seis atividades em crescimento, inclusive as com mais peso, como a farmacêutica e hiper e supermercados. Os meses anteriores mostram uma volta ao protagonismo de hiper e super, especialmente em fevereiro, com alta de 1,2%", explica o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, Cristiano Santos. Seis das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em março deste ano. Dentre elas, os destaques foram os setores de livros, jornais, revistas e papelaria (28,2%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3%).
"O setor de livros, jornais, revistas e papelaria tem experienciado nos últimos anos um mês de fevereiro com crescimento pronunciado, sobretudo por conta de vendas de livros didáticos. No ano de 2025 esse desempenho positivo não aconteceu em fevereiro para o setor, se deslocando para março, por conta de variações no calendário escolar e variações nos momentos de fechamento de contratos novos", contextualiza o pesquisador do IBGE. O gerente da PMC explica ainda os movimentos do setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, outro destaque positivo do mês: "A atividade tem influência do dólar, por conta dos produtos eletrônicos importados. Como houve alta variação do dólar no início do ano, as empresas têm esperado momentos oportunos para renovação de estoques, provocando alta volatilidade no indicador de volume, com alta forte em janeiro, queda da mesma magnitude em fevereiro e posterior crescimento em março", destaca o gerente da PMC.
Por outro lado, entre fevereiro e março de 2025, dois dos oito grupamentos pesquisados tiveram resultados negativos: móveis e eletrodomésticos (-0,4%) e combustíveis e lubrificantes (-2,1%). "O setor de combustíveis e lubrificantes vinha de dois resultados no campo positivo em janeiro e fevereiro. No mês de março há um rebatimento desse crescimento, que reflete também uma demanda menor por combustíveis naquele mês", analisa Santos.
Comentários: