Sul concentra maior percentual de municípios com queda na população
O país chegou a 213,4 milhões de habitantes em 2025, segundo as estimativas da população, divulgadas nesta quinta-feira (28), pelo IBGE. O resultado representa crescimento de 0,4% em relação ao ano passado. A pesquisa revela também o contingente populacional de todos os municípios do país, que agora somam 5.571 com a criação de Boa Esperança do Norte (MT), considerando também o Distrito Federal e o distrito de Fernando de Noronha.
De acordo com o gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE, Marcio Minamiguchi, a tendência de crescimento da população é cada vez menor. "Os resultados revelam uma desaceleração, o que já era indicado pelo censo de 2022 e pelas projeções da população, ambas pesquisas realizadas pelo IBGE", avalia. Os dados atualizados mostram que as 27 capitais estaduais concentraram 49,3 milhões de habitantes em 2025, o equivalente a quase um quarto (23,1%) da população total do país.
O crescimento populacional das capitais com mais de um milhão de habitantes ficou abaixo de 1%, com exceção de Manaus (AM), que cresceu 1%. Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Porto Alegre (RS) e Natal (RN) foram as cinco capitais com perda na população em relação a 2024. "As capitais maiores, esses municípios mais centrais, em geral têm um entorno mais conurbado e perdem população para ele. O crescimento vai do centro para a periferia. Entre as capitais que perderam população, com exceção de Salvador, houve aumento de habitantes na respectiva região metropolitana", detalha Minamiguchi.
Já Boa Vista (RR) é a capital com maior taxa de crescimento de 2024 para 2025, com ganho populacional de 3,2%. "A alta em Boa Vista é explicada pela migração internacional, em especial pela chegada de venezuelanos", explica o especialista do IBGE. Outras altas mais expressivas foram em Florianópolis (SC), com 1,9%, Palmas (TO), com 1,5% e Cuiabá (MT), com 1,3%. "Santa Catarina também recebe imigrantes venezuelanos e haitianos, o que pode explicar essa alta, mas temos de considerar também o efeito da migração interna para a capital catarinense", diz o gerente do IBGE.
Dos 5.571 municípios, 2.079 (37,3%) apresentam redução populacional. Há também diferenças marcantes entre as grandes regiões. Enquanto Centro-Oeste possui a maior proporção (26,5%) de municípios com taxas de crescimento acima de 1%, Sul (41,6%) e Nordeste (39,2%) concentram o maior percentual de municípios com queda na população. Quase metade (45,8%) das cidades com até 20 mil habitantes reduziram sua população, a maior proporção entre os grupos de tamanho de municípios. Já aqueles com população entre 100 mil e 500 mil pessoas tiveram a maior proporção de municípios (19%) com crescimento acima de 1%.
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