Setor de serviços registra segundo resultado positivo seguido
O volume de serviços do país variou 0,3% em março de 2025, após crescer 0,9% em fevereiro, acumulando ganho de 1,2% nestes dois meses seguidos de resultados positivos. Assim, o setor opera 0,5% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024. Além disso, o volume total de serviços está 16,9% acima do patamar pré-pandemia, cujo marco é fevereiro de 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE. Em relação a março de 2024, na série sem ajuste sazonal, o volume de serviços cresceu 1,9%, décimo segundo resultado positivo consecutivo. O acumulado no primeiro trimestre de 2025 mostrou expansão de 2,4% frente a igual período de 2024 e o acumulado nos últimos doze meses, ao avançar 3% em março de 2025, acelera o ritmo de expansão frente aos avanços observados em janeiro e fevereiro (2,8%).
Para Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de serviços do IBGE, "a leitura que se deve fazer sobre o setor de serviços é a de que ele vem se sustentando muito próximo do seu nível recorde, alcançado em outubro de 2024. Agora, em março de 2025, o setor está apenas 0,5% abaixo do pico da série, sendo o segundo ponto mais alto da série histórica, iniciada em janeiro de 2011. As flutuações do setor de serviços são naturais e os resultados negativos recentes, como o de novembro de 2024 e o de janeiro de 2025, não podem ser vistos como momentos de inflexão ou de reversão de trajetória. Há, ao contrário, a sustentação do setor de serviços em um patamar elevado, muito próximo do seu nível recorde".
Em março de 2025, houve predomínio de taxas positivas tanto em termos setoriais quanto na ótica regional, visto que três das cinco atividades e 14 das 27 unidades da federação investigadas mostraram expansão frente ao mês anterior. Setorialmente, o destaque ficou por conta da expansão vinda dos transportes (1,7%), que registrou o segundo resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 2,2%. "No setor de transportes, podemos destacar o aumento das receitas das empresas que atuam com concessionárias de rodovias, por conta do aumento do fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas durante o carnaval, com atividade de correio, logística de cargas, gestão de portos e terminais e armazenamento de mercadorias. Todas essas atividades estão inseridas no grupamento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu 4,8% em março. Além disso, também contribuíram para o avanço do setor, as expansões do transporte de passageiros e de cargas, de 2,0% e 0,6%, respectivamente", salienta Lobo.
Os demais avanços ficaram com os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%) e os prestados às famílias (1,5%), com ambos registrando o segundo avanço seguido e emplacando um crescimento acumulado de 1,9%, no primeiro setor; e de 1,8%, no último. Entre os locais com taxas positivas nesse mês, o impacto mais importante veio do Rio de Janeiro (2,3%), seguido por Paraná (1,2%), Goiás (3,1%) e Bahia (1,5%). "No Rio de Janeiro, em ordem decrescente de contribuição, os tipos de serviços que se destacaram foram o transporte dutoviário, ligado ao transporte de óleos brutos de petróleo, alojamento e alimentação, cuja receita pode ter sido magnificada pela demanda advinda do Carnaval, atividade de TV aberta e espetáculos teatrais e musicais", pontua o gerente da PMS.
Em relação ao serviço de espetáculos teatrais e musicais, quarta influência nos resultados do estado fluminense, Lobo explica que a empresa promotora do Lolapalloza, festival que ocorreu em São Paulo no mês de março, tem sede no Rio de Janeiro e, por isso, a receita oriunda da realização do show é contabilizada neste local. Já Mato Grosso (-9,2%) e São Paulo (-0,2%) exerceram as principais influências negativas do mês, seguidos por Pernambuco (-2,7%), Rio Grande do Sul (-0,9%) e Amazonas (-2,8%).
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