Previsões para a economia podem melhorar, prevê presidente do BC

Confirmação de crescimento no terceiro trimestre pode levar a revisões
Campos Neto voltou a afirmar que a inflação observada recentemente no Brasil é estimulada pelos preços de alimentos

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (17) que as previsões para a economia brasileira em 2020 e em 2021 poderão ser revistas para melhor, se for confirmado crescimento no terceiro trimestre deste ano. Ele lembrou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 9,47% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o segundo trimestre.

Para o presidente do BC, há melhora nas projeções para o PIB para este ano. E essa melhora pode influenciar também o resultado para 2021. "O terceiro trimestre vai ser muito importante para determinar a velocidade dessa revisão [nas projeções]", afirmou Campos Neto. O presidente do BC participou da abertura do 10º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, organização pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Sobre a pandemia de Covid-19, Campos Neto destacou que houve "grande explosão" no número de casos diários, principalmente na Europa. Ele citou os recordes de casos recentemente nos Estados Unidos – "talvez um reflexo do processo eleitoral".

"Quando a gente olha na parte de óbitos, há uma evolução bem melhor, apesar de um aumento na Europa nas últimas duas semanas. Os leitos hospitalares começaram a ficar mais cheios, e alguns países começaram a anunciar novas medidas de distanciamento social. Mas a gente consegue acompanhar que, cada vez mais, as medidas de distanciamento social têm sido menos efetivas em termos de restringir a mobilidade", opinou. Segundo Campos Neto, é preciso estudar o "custo-benefício" dessas novas medidas para estimular o distanciamento social, que, em sua opinião, têm sido pouco efetivas. "Tem um ponto cultural, principalmente entre os jovens que, por uma razão ou outra, estão cansados e não estão seguindo à risca [as recomendações]. Acho que valeria um estudo de custo benefício", enfatizou.

O presidente do Banco Central voltou a afirmar que a inflação observada recentemente no Brasil é estimulada pelos preços de alimentos e de commodities, produtos primários com cotação internacional. Ele citou ainda o efeito da concessão do auxílio emergencial e a substituição de gastos com serviços por alimentação em domicílio.

Com Agência Brasil 

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