Para viver a República
Ainda falta um mês inteiro até que o novo governo tome posse. Assim, além de 1º de janeiro ser uma péssima data, de todo inadequada para garantir a presença de chefes de estado em Brasília, somar-se-á ao período desde que Jair Bolsonaro foi eleito, outro módulo de praticamente 30 dias, todo ele fértil em especulações, ambiguidades, desencontros e futricas. A pergunta é: por que não se estabelecer um período de transição mais curto, que não excedesse duas semanas do fim da eleição? Com essa medida, ganharia o país em tranquilidade e se poupariam os novos mandatários de desgaste.
Outro reparo que vem bem a propósito é o de se acabar com esses rituais de beija-mão patéticos que caracterizam Brasília. Senão, vejamos. Não há posse de ministro do TCU ou do STF, além das pastas da Esplanada, a que não acorram virtualmente todos os governadores do país para a prestação de homenagens, além da cota fixa de deputados, senadores e até vereadores. Somem-se ao custo das viagens, os dias não trabalhados no estado de origem e conclui-se que tudo estaria bem resolvido com um mero e-mail de votos de sucesso. No frigir dos ovos, é uma despesa a menos para ratearmos.
Por fim, fazem muito bem os governadores eleitos que estão abrindo mão dos palácios a que têm direito. Melhor, pois, tomar a inciativa desde já do que ser forçados pelas circunstâncias mais adiante. O lugar de moradia de um governador tem de ser o endereço onde ele residia até então, quando era um cidadão como os demais. Que franqueiem o acesso aos belos imóveis para eventos culturais ou museus. Não se justifica esse fausto de cunho africano em tempos que clamam por mudança, transparência e simplicidade. O mesmo vale para os tais apartamentos funcionais de Brasília para parlamentares.
Esses são só pequenos passos para que entremos numa nova fase de vida republicana. Mas já fariam alguma diferença.
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