Número de brasileiros endividados bate novo recorde
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de brasileiros com dívidas cresceu novamente em julho (0,3 ponto percentual, com relação a junho). Com isso, o indicador renovou o maior patamar da série – iniciada em janeiro de 2010. No comparativo anual, o índice apresentou aumento de 3,3 pontos percentuais (veja as tabelas com todos os índices ao final desta reportagem).
Assim como em junho, a proporção de famílias endividadas apresentou tendências distintas entre as faixas de renda pesquisadas. Para as com renda até 10 salários mínimos, o percentual alcançou o recorde histórico de 69% – contra 68,2% em junho. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, ressalta que o endividamento é crescente e segue tendência positiva desde fevereiro de 2020 para este grupo. "As necessidades de crédito têm aumentado para as famílias com menor renda, seja para pagamento de despesas correntes, seja para manutenção de algum nível de consumo", afirma ela. Já para as famílias que recebem acima de 10 salários mínimos, a proporção de endividamento diminuiu para 59,1% em julho, ante 60,7% em junho.
O número de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou de 25,4% em junho para 26,3% em julho, atingindo a maior proporção desde setembro de 2017. Na comparação com julho de 2019, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais. Neste item, também foi observado comportamento distinto entre as faixas de renda: a parcela de brasileiros inadimplentes que recebem até 10 salários mínimos por mês cresceu de 28,6% em junho para 29,7% em julho, enquanto no grupo com renda superior a 10 salários o percentual registrou leve retração mensal (de 11,3% em junho para 11,2% em julho).
Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito segue como o mais apontado pelas famílias como a principal modalidade de endividamento (76,2%), seguido por carnês (17,6%) e financiamento de veículos (11,3%).
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