IPCA fica em 0,25% em fevereiro, menor índice desde 2000
O Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), que serve como inflação oficial, ficou em 0,25%, em fevereiro. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o menor registrado para o mês de fevereiro desde 2000. Nos primeiros dois meses de 2020, o IPCA soma uma alta de 0,46%. E, nos últimos 12 meses, o índice está em 4,01%.
O grupo educação foi o responsável por puxar para cima o IPCA de fevereiro, com uma variação de 3,7%. Em seguida, veio saúde e cuidados pessoais, com 0,73% e alimentos e bebidas, com uma variação de 0,11%. A maior queda de preços ficou por conta do grupo vestuário, com 0,73% negativos. Seguido de habitação, com retração de 0,39%.
"É comum a educação ter o maior impacto no mês de fevereiro, que é quando ocorrem os reajustes de mensalidade no início do ano letivo. Então tivemos essa alta nos cursos regulares, em que aparecem o ensino fundamental, médio, graduação e pós-graduação e também nos cursos diversos, que incluem os preparatórios e de idiomas, por exemplo", explica o gerente de Índice de Preços do IBGE, Pedro Kislanov. "Os cursos regulares têm grande impacto no índice porque tem um peso maior dentro do orçamento das famílias", observa Kislanov. Os cursos regulares tiveram alta de 4,42% e foram o item responsável pela maior contribuição individual (0,20 p.p.) no IPCA de fevereiro, enquanto os cursos diversos registraram alta de 2,67%, com impacto de 0,02 p.p. Já o grupo Alimentação e bebidas desacelerou para 0,11%, afetado novamente pela queda nos preços das carnes (-3,53%), que haviam recuado 4,03% em janeiro.
"Com essa queda, o item carnes está devolvendo a alta de 32,40% no acumulado de 2019, embora ainda não tenha devolvido completamente. É importante destacar que a distribuição entre as áreas é diferente. No Rio de Janeiro, por exemplo, os preços das carnes têm caído mais", comenta Kislanov. A deflação das carnes contribuiu para a desaceleração da alimentação no domicílio (0,06%, frente a 0,20% em janeiro). No lado das altas, os destaques foram o tomate (18,86%) e cenoura (19,83%).
A alimentação fora do domicilio (0,22%) também desacelerou em relação a janeiro (0,82%). A refeição (0,35%) e o lanche (0,02%) apresentaram variações menores na comparação com o mês anterior (1,05% e 0,42% respectivamente). O grupo transportes (-0,23%) apresentou deflação em fevereiro, após apresentar alta de 0,32% em janeiro. A gasolina (-0,72%) e as passagens aéreas (-6,85%) foram os maiores impactos negativos no grupo. O grupo habitação (-0,39%) também registrou deflação em fevereiro, após alta de 0,55% no mês anterior. A queda foi puxada principalmente pelo item energia elétrica (-1,71%). "A explicação para isso é a mudança da bandeira tarifária. Em janeiro estava em vigor a bandeira amarela, em que é cobrado um acréscimo para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em fevereiro passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional", comenta Kislanov.
O IPCA é medido em famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Em dez regiões metropolitanas (Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Vitória, São Paulo, Belém, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro), em Brasília, e nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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