Inflação sobe para todas as faixas de renda em setembro
A inflação cresceu para as famílias de todas as faixas de renda em setembro. Para as famílias de renda mais baixa, esse avanço ocorreu principalmente por conta do reajuste de 10,3% das tarifas de energia elétrica, fazendo com que a taxa de inflação para esse grupo passasse de - 0,3% em agosto para 0,6% em setembro.
Já para as famílias de renda mais alta, a pressão inflacionária foi menos intensa, não apenas pelo peso realtivamente menor da energia elétrica na cesta de consumo dessas famílias, mas também pela redução de 2,8% nas passagens aéreas. Com isso, a aceleração inflacionária para essa faixa de renda passou de 0,1% em agosto para 0,3% em setembro.
Os resultados são do Indicador de Inflação por faixa de renda de setembro, divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice inflacionário geral, medido pelo IPCA, passou de –0,1% em agosto para -0,5% em setembro.
Com a incorporação do resultado de setembro no acumulado do ano, as famílias de renda alta foram as que apresentam menor taxa de inflação, com alta de 3,5%. Já as famílias de renda baixa tiveram crescimento de 3,8% de janeiro a setembro, tornando-se a faixa de renda com a maior alta inflacionária. Nos dados acumulados de doze meses, a faixa de renda baixa também registra a maior inflação (5,4%), e o segmento de renda alta segue com a menor taxa (5%).
Apesar do alívio inflacionário vindo da deflação dos alimentos, a alta do grupo habitação, no caso das classes mais baixas e do grupo despesas pessoais, no caso do segmento de renda mais alta, explicam a aceleração da inflação em setembro.
Já para as outras faixas de renda, além da alta dos preços de habitação, a contribuição para a inflação de setembro veio a partir da alta do grupo despesas pessoais, refletindo o aumento dos serviços de recreação (1,2%). Porém para as famílias de renda alta, parte desta pressão inflacionária foi amenizada pela contribuição negativa do grupo transportes, repercutindo as quedas das passagens aéreas (-2,8%), dos seguros veiculares (-6%) e dos serviços de aluguel de automóveis (-2,8%).
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