Fitch: paralisação política pode acarretar perda de nota
A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota do país (BB, com perspectiva negativa, ou dois níveis abaixo do grau de investimento). Ao comentar o fato, a Fitch afirmou que a economia fraca e a estabilização do déficit público seguem como os maiores desafios do país. A agência, inclusive, fez um alerta: a inabilidade em gerar medidas que façam a economia retomar o crescimento poderá fazer com que o Brasil tenha sua nota de crédito rebaixada. “O fracasso em reduzir o ritmo de crescimento da dívida pública e/ou a cristalização de passivos contingentes podem levar a um novo rebaixamento. Paralisação política e incapacidade de implementar medidas que melhorem a perspectiva de crescimento e das finanças públicas também podem acarretar a perda de nota”, reitera a Fitch.
A Fitch repetiu a importância do Congresso aprovar a reforma da previdência . A instabilidade política, deflagrada pela Operação Lava Jato, também foi destacado como um ponto de atenção em seu comunicado. Em novembro, Rafael Guedes, diretor-geral da agência no Brasil, mostrava a mesma preocupação na palestra que fez na cerimônia de premiação do tradicional ranking GRANDES & LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, desenvolvido pela Revista AMANHÃ e PwC. “A Lava Jato continuará a produzir incertezas enquanto o desafio político será interromper a antecipação da agenda eleitoral de 2018”, destacou Guedes. “Para o retorno do crescimento será necessário aportar recursos em infraestrutura, atrair investimento privados e reduzir endividamento do setor público”, alertou.
A agência também avaliou a crise fiscal nos Estados. “Alguns Estados enfrentam forte estresse financeiro, incutindo um risco negativo para consolidação fiscal. Na ausência de taxas de crescimento mais elevados, é pouco provável que o gradualismo fiscal do governo Temer estabilize a dívida pública no curto prazo”, destaca o comunicado. A Fitch projeta que a economia brasileira saia da recessão este ano, embora note que a contração observada no terceiro trimestre de 2016 mostre uma fraqueza do investimento e do consumo.
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