Fiergs nota prejuízos para a indústria provocados pela elevação de custos nos insumos
Mais de 95% das indústrias gaúchas – empresas de transformação e de construção – registraram aumento de custos com matéria-prima e insumos produzidos no País. O crescimento surpreendeu e superou as expectativas de 76,8% das consultadas pela pesquisa Sondagem Industrial Especial RS – Dificuldades do mercado de insumos e matérias-primas e impactos da guerra, divulgada nessa terça-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). No mercado internacional não foi diferente e os preços majorados atingiram 88,5% das empresas, superando as expectativas em 60% delas.
Segundo os resultados da pesquisa, realizada entre 1º e 11 de abril com 250 empresas (215 da transformação e 35 da construção), 70 pequenas, 86 médias e 94 grandes, 95,6% apontaram elevação de preços, em março, nos insumos produzidos no país. Além dos custos, a indústria gaúcha também enfrentou naquele mês maiores dificuldades na disponibilidade e/ou na entrega: no mercado interno, 70,8% das empresas e, no externo, 82,9% das que importam. No Brasil, em março, sete em cada dez empresas gaúchas notaram dificuldades para conseguir ou receber insumos dentro do prazo. E as dificuldades superaram as expectativas de 34,4% delas, mas ficaram dentro do projetado pela avaliação de 36,4%.
Com tantos problemas, 68,4% das empresas reveem as estratégias na aquisição de insumos e matérias-primas produzidos no país. Este número sobre para 76,7% nas que os importam. A principal alternativa é buscar por outros fornecedores, utilizada por 46,8% e 44,2% das empresas que compram no mercado interno e no externo, respectivamente.
Além disso, na opinião da maioria, a normalização na oferta de insumos deverá ocorrer gradativamente até 2023, mas somente para 12,8% das empresas gaúchas essa oferta já está normalizada no mercado interno. Para aquelas que importam, a perspectiva piora e apenas 7,4% creem nisso. Já 12,8% e 8%, respectivamente, confiam em resolver a situação no segundo trimestre deste ano, enquanto 15,2% e 19%, no terceiro trimestre, e 9,6% e 11,7% esperam antes do final de 2022, ainda no quarto trimestre. A maior parte dos entrevistados, entretanto – 30,8% dos que adquirem no mercado interno e 35,6% dos que importam – vê adiada para 2023 a solução deste problema.
Efeitos da guerra
A sondagem também questionou os empresários sobre os efeitos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Os resultados mostram que a guerra gerou mudanças perceptíveis em 47,2% das empresas, destaques para o aumento dos preços dos insumos e matérias-primas, assinalado por 62,3% das pesquisadas, o aumento do custo de energia (50,9%), a maior dificuldade em conseguir insumos e matérias-primas (50%) e as dificuldades logísticas no transporte (42,1%). Aumento nas taxas de juros, com 30,7%, e comportamento da taxa de câmbio, 20,2%, também foram assinaladas. Para os próximos seis meses, 65,2% das empresas acreditam que o conflito vai continuar afetando suas operações: 34% esperam impactos menos intensos, 24,8% projetam a mesma intensidade e 6,4% preveem efeitos mais intensos.
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