Endividamento tem primeira queda em sete meses

Índice ainda atinge 78,1% das famílias
Com o programa Desenrola, proporção de endividados e inadimplentes entre a classe média inicia semestre em queda

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer caiu 0,4 ponto percentual em julho, representando 78,1% das famílias no país. Com a primeira queda desde novembro de 2022, o volume de endividados chegou ao menor nível desde janeiro deste ano. Do total de pessoas com dívidas, 18,2% consideram-se "muito endividadas", percentual que também apontou queda, a primeira desde dezembro. Os resultados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O programa Desenrola, medida do governo federal que iniciou em julho, propôs a renegociação de dívidas bancárias de pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. Isso fez com que a proporção de endividados na classe média diminuísse em julho.

Nas faixas de renda de três a dez salários mínimos, o volume de consumidores com dívidas caiu 0,7 ponto percentual em comparação a junho. Conforme a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, essa redução interrompe a tendência de alta do endividamento desses consumidores, que vinha sendo observada até o fim do semestre passado. No primeiro grupo, das pessoas com renda entre três e cinco salários mínimos, o volume de endividados caiu ao menor nível desde junho de 2022. Já entre os com rendimentos de cinco a dez mínimos, a proporção de endividados é a menor desde janeiro deste ano. "A CNC estima que a proporção de consumidores endividados amplie o ritmo de queda nos próximos meses", explica Izis. Conforme ela, a taxa deve ficar próxima a 77% do total de consumidores, em setembro, quando o Desenrola acontecerá para o público priorizado na faixa 1 (com renda de até dois salários mínimos). "No entanto, a previsão é que o índice volte a crescer no fim do ano, encerrando 2023 com cerca de 78% do total de famílias com dívidas", afirma.

Ainda sem o benefício do Desenrola para os consumidores de renda baixa (que recebem até três salários mínimos), a proporção de endividados começa o segundo semestre em ligeira alta, de 0,1%, estabelecendo-se em 79,4% desse grupo. A Peic revela que, em julho, caiu para 85,9% a quantidade de endividados no cartão de crédito, ante os 87% de junho. Essa é a primeira retração em seis meses, colocando o indicador no menor nível desde fevereiro. Foi também a mais expressiva entre as modalidades de dívida. Também é possível observar uma leve redução, de 0,1%, do volume de endividados no cheque especial (que ficou em 4,1%) e no crédito consignado (5,1%).

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Sábado, 23 Novembro 2024

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