Economia do Sul recua 0,7% no terceiro trimestre

A produção industrial arrefeceu a queda no período
O terceiro trimestre assinalou desaceleração do processo de crescimento, com indicadores da produção industrial e do comércio abaixo do esperado

A economia do Sul – medida pelo IBCR-S – recuou 0,7% no terceiro trimestre, após quatro trimestres consecutivos de alta. O setor industrial, com a continuidade das dificuldades na cadeia de suprimentos e dos aumentos de custos, contribuiu para a retração da atividade. O mercado de trabalho recuperou-se parcialmente, mas permanece com elevada taxa de desocupação, com efeitos negativos sobre a renda das famílias. No setor terciário, os serviços cresceram, sobretudo os prestados às famílias. O crédito segue favorecendo a atividade, apesar do ciclo de aperto monetário em andamento, com destaque para as operações de financiamento rural. Em doze meses, porém, o IBCR-S expandiu 5,8%. Essas são as principais conclusões do Boletim Regional divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (24). Leia o documento na íntegra ao final desta reportagem (a análise referente ao Sul começa na página 37).

"A produção industrial arrefeceu a queda no terceiro trimestre, após forte contração no segundo, quando repercutira, em especial, recuos em veículos, derivados de petróleo e produtos alimentícios. No trimestre, o primeiro segmento registrou menor amplitude na queda – inobstante a permanência da escassez de insumos, sobretudo semicondutores –, o refino de petróleo retornou, após parada de manutenção em unidade no Paraná, e a indústria de alimentos reverteu o resultado, expandindo no terceiro trimestre, com geração expressiva de emprego. Resultado aquém do esperado e níveis reduzidos de estoques fizeram com que os empresários reavaliassem suas expectativas, com declínio da confiança em setembro e outubro, porém mantendo-se em zona de otimismo", detalha o BC no documento.

O Banco Central revela que a inflação do Sul registrou a maior taxa dentre as regiões no trimestre até outubro, a exemplo do observado no anterior. A variação foi mais expressiva no segmento dos preços industriais (automóvel e etanol) e, principalmente, nos administrados (gasolina, energia elétrica residencial e gás de botijão). "Vale destacar que, diante da reativação da economia, o setor de serviços apresentou aceleração mais intensa nos preços, com ênfase em passagem aérea, aluguel residencial, refeição, conserto de automóvel e transporte por aplicativo", descreve o Boletim Regional.

Os técnicos do BC, responsáveis pela análise, reiteram que a atividade econômica tem evoluído de forma assimétrica ao longo do ano, com destaques positivos para a indústria e produção agrícola no primeiro trimestre e para o comércio e a construção civil no segundo. O terceiro trimestre assinalou desaceleração do processo de crescimento, com indicadores da produção industrial e do comércio abaixo do esperado. Por outro lado, o setor de serviços, inclusive turismo, apresentou recuperação robusta, em trajetória que deve persistir. "As perspectivas seguem positivas para o período até o final deste ano, ancoradas nos efeitos da ampliação da vacinação e da mobilidade sobre o consumo das famílias. Note-se que a normalização da cadeia de suprimentos industriais, incluídos semicondutores para o setor automotivo e insumos agrícolas, especialmente defensivos, é essencial para garantir dinamismo adicional à economia do Sul", projeta o BC.

Boletim Regional
O Boletim Regional é uma publicação trimestral do Banco Central que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país, enfatizando a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros.

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Sexta, 19 Abril 2024

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