Desaceleração do PIB em 2022 sugere crescimento modesto neste ano

Ministério da Fazenda comentou alta de 2,9% do PIB
No curto prazo, a expectativa é de recuperação da atividade econômica, impulsionada pela previsão do IBGE de crescimento de 14,7% para a produção de grãos neste ano

A desaceleração da economia brasileira em 2022 sugere um ritmo mais modesto de crescimento neste ano. É o que avalia a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, em nota divulgada após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentar o resultado anual do PIB. Nesta quinta-feira (2), o IBGE informou que o PIB recuou 0,2% no quarto trimestre de 2022. No ano, houve crescimento de 2,9%, contra 5%, em 2021.

"A desaceleração acentuada do ritmo de crescimento em 2022, com retração já observada no último trimestre, repercute, sobretudo, a reduzida liquidez no ambiente externo e o ciclo contracionista da política monetária [aumentos da taxa básica de juros, a Selic]", diz a nota da SPE. A secretaria acrescenta que o "aumento dos juros somado à inadimplência crescente dificultou a tomada de crédito e os investimentos produtivos, levando à retração da atividade industrial". "Esse cenário foi parcialmente contrabalanceado pelo setor de serviços, estimulado por reajustes nos valores do programa de transferência de renda, liberação do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e pelo crescimento da massa salarial ao longo do ano", destacou. A SPE afirma ainda que o crescimento das exportações, repercutindo principalmente o aumento nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional), também colaborou positivamente.

No curto prazo, a expectativa é de recuperação da atividade econômica, impulsionada pela previsão do IBGE de crescimento de 14,7% para a produção de grãos neste ano. "Apesar do alto endividamento das famílias, a dinâmica positiva que segue sendo verificada no mercado de trabalho, a valorização real do salário mínimo e o aumento da faixa de isenção do IRPF [Imposto de Renda da Pessoa Física] também devem contribuir para a atividade nos primeiros meses deste ano", acrescentou a SPE. Em contrapartida, a secretaria cita como fator negativo para o crescimento econômico os juros básicos, atualmente em 13,75% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2017.

"Como consequência das elevadas taxas de juros, observa-se trajetória ascendente para os spreads [diferença entre taxa de captação dos recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes] e para o custo de crédito, além de desaceleração acentuada nas concessões de crédito", sublinha. Para a SPE, o setor externo pode ser outro fator de desaceleração, a depender do ritmo de arrefecimento da atividade global em função do ciclo de aperto monetário nas economias centrais, com destaque para os Estados Unidos e países da Europa.

Nível da Selic
O atual nível da taxa Selic, que dificulta o crescimento econômico, tem sido alvo de críticas de integrantes do governo. A ministra Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reforçou nesta quinta esse discurso ao dizer que o governo tem feito o seu "dever de casa" e, por isso, espera "um gesto positivo", não de generosidade, na próxima reunião do Comitê de Polícia Monetária (Copom) do BC, responsável por definir a Selic.

Com Agência Brasil

Veja mais notícias sobre BrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários: 1

Denise em Quarta, 08 Março 2023 13:35

A desaceleração no último trimestre se deveu ao roubo da eleição e ao ladrão assumindo o Planalto. Sem dúvida, em 2023 o PIB será bem menor que durante o governo Bolsonaro.

A desaceleração no último trimestre se deveu ao roubo da eleição e ao ladrão assumindo o Planalto. Sem dúvida, em 2023 o PIB será bem menor que durante o governo Bolsonaro.
Visitante
Sexta, 17 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/