Contas públicas têm déficit recorde de R$ 81 bilhões em julho
As contas públicas registraram, em julho, saldo negativo recorde, devido às despesas extraordinárias necessárias para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. O setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, apresentou déficit primário de R$ 81 bilhões, no mês passado, o maior resultado negativo para o mês da série histórica iniciada em dezembro de 2001. Em julho de 2019, houve déficit primário de R$ 2,7 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC).
No mês passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit primário de R$ 88,1 bilhões, ante R$ 1,4 bilhão em julho de 2019. Já os governos estaduais registraram superávit de R$ 6,7 bilhões, contra déficit de R$ 2 bilhões, em igual mês do ano passado. Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, esse resultado positivo dos estados ocorreu por efeito das transferências para o enfrentamento da Covid-19 da União os Estados e municípios que em julho chegaram a R$ 18,3 bilhões. "Temos uma mudança total nas condições econômicas. Os Estados tiveram redução de arrecadação e nas transferências regulares da União. Neste ano, a peça importante para explicar esse resultado são os auxílios financeiros da União para Estados e municípios", explicou Rocha.
Os governos municipais registraram déficit de R$ 477 milhões, em julho deste ano, contra o superávit de R$ 156 milhões em igual mês de 2019. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 790 milhões no mês passado. De janeiro a julho, o déficit primário chegou a R$ 483,7 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 8,50bilhões, em igual período de 2019.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 4,3 trilhões em julho, o que corresponde 60,2% do PIB, o maior percentual desde outubro de 2002. Em junho, esse percentual estava em 58%. A dívida pública bruta é um indicador usado para avaliar a solvência das finanças de um país. Quanto mais alto o indicador, maior a desconfiança em relação à capacidade de um governo honrar os compromissos.
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