CNI prevê queda de 0,5% na indústria de transformação no ano

Desempenho contrasta com expectativa de alta de 3,3% no PIB brasileiro
Segundo a entidade, a retração na maior parte do segmento industrial ocorre pela queda da demanda e da produção, especialmente nos setores mais sensíveis ao crédito

A indústria de transformação deve encerrar o ano com queda de 0,5%. A previsão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que atualizou suas projeções para 2023. Segundo a entidade, a retração na maior parte do segmento industrial ocorre pela queda da demanda e da produção, especialmente nos setores mais sensíveis ao crédito que têm sido penalizados pela elevada taxa de juros. A previsão inicial era de queda de 0,9%, mas o desempenho de alimentos e derivados de petróleo, no primeiro semestre, segurou uma redução maior na média dos demais segmentos da indústria de transformação.

A expectativa é de desempenho bastante heterogêneo na indústria como um todo. O PIB industrial deve crescer 2% em 2023, puxado pelos resultados positivos na indústria extrativa, na indústria da construção e nos serviços industriais de utilidade pública. A indústria extrativa, que tem na sua base a produção de minério de ferro, a extração de petróleo e de carvão mineral, deve crescer 6,7% este ano. A construção terá expansão de 1,5%. "A questão é que a indústria da transformação responde por 58% do PIB industrial e tem maior capacidade de alavancar o PIB do que os demais setores da economia", explica o gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Crescimento do PIB e a agropecuária
A estimativa da CNI para o crescimento da economia brasileira aumentou, passando de 2,1% para 3,3%. Esse desempenho é puxado, principalmente, pela agropecuária, que deve crescer 15,5% no ano impulsionada pelas boas safras de soja e de milho. Esse comportamento do setor agropecuário, assim como o da indústria extrativa, ocorre em um cenário global de crescimento moderado ao longo de 2023, mesmo diante de um ambiente com taxas de juros em patamares restritivos, aperto do crédito e da inflação ainda elevada. O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento econômico no primeiro semestre de 2023, com avanço disseminado entre todas as atividades. A previsão de crescimento para o setor neste ano foi revisada de 1,3% para 2,1%.

Na avaliação da CNI, o cenário seguirá com desaceleração da inflação corrente e expectativas de inflação próximas da meta, sinalizando um processo de convergência em 2024 e, sobretudo, em 2025. A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar 2023 em 4,9%. O valor é menor que o observado em 2022, de 5,8%, mas é maior que a meta de inflação, de 3,25% para 2023, e acima, inclusive, do intervalo superior da meta (4,75%). Nesse cenário de desaceleração da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) em agosto. A CNI avalia que o Copom fará mais dois cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões restantes do comitê no ano, o que fará com que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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