ANV passa a aceitar amostras de vinhos feitos pela chamada colheita de inverno
Na trajetória de 30 anos da Avaliação Nacional de Vinhos, a Associação Brasileira de Enologia (ABE) sempre promoveu alterações no regulamento do evento, acompanhando as tendências e transformações do mercado de vinhos. Assim foi quando criaram as categorias do vinho rosé e do tinto seco jovem, por exemplo. Assim tem sido sempre que os enólogos percebem alguma alteração ou até mesmo novidade. E assim, a maior degustação de vinhos de uma safra do mundo vem marcando a evolução do vinho brasileiro ao longo das últimas três décadas.
Depois de dois anos desafiada a se reinventar diante de uma pandemia global, a ANV retoma seu evento presencial sem abandonar os revolucionários kits, ou seja, centenas de apreciadores voltarão a se reunir em torno da representatividade da safra, enquanto milhares de pessoas assistirão pelo Youtube, degustando em casa as 16 amostras. Mas os desafios não se apresentam apenas ao público, mas também aos produtores. E é por isso, levando em consideração o surgimento de novas regiões produtoras e sabendo que cada uma apresenta características particulares com colheitas mais tardias, é que a ABE alterou o regulamento.
A grande mudança está na categoria dos vinhos tintos, que era dividida em dois grupos: o dos varietais e o de corte. Agora, cada uma passa a ter dois subgrupos: o dos vinhos de colheita 2022 e o dos vinhos de colheita 2021, desde que a partir de junho do mesmo ano. Ou seja, são vinhos elaborados com uvas de regiões tropicais ou obtidas através do sistema de dupla poda. A partir de agora, vinícolas que estão localizadas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, onde foi adotado a colheita de inverno ou dupla poda, poderão inscrever amostras da vindima de 2021.
O presidente da ABE, enólogo André Gasperin, explica que a alteração vem ao encontro dos anseios da entidade de poder avaliar a representatividade do vinho brasileiro de todas as regiões produtoras. "A Avaliação se tornou o verdadeiro termômetro da produção nacional, servindo, inclusive, de ferramenta para novos investimentos, apontando tendências, mostrando resultados. E nós, enólogos do Brasil, temos o dever de acompanhar tudo isso e se adaptar ao mercado, que muda constantemente. Discutimos cada situação nos mínimos detalhes do ponto de vista técnico e entendemos que diante deste novo formato vinícolas de todo o país podem participar desta que é a maior degustação de vinhos de uma safra do mundo. O Brasil vitivinícola ampliou suas fronteiras e toda essa representatividade precisa estar na ANV", destaca.
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