Investimentos dos brasileiros chegam a R$ 7,3 trilhões em 2024
O volume investido pelos brasileiros pessoas físicas somou R$ 7,3 trilhões ao final de 2024. O valor é 12,6% maior do que o registrado no fechamento do ano anterior. O crescimento do montante aplicado pelos investidores do Sul foi de 16,8%, para R$ 1,2 trilhão.Os dados englobam as aplicações dos clientes do varejo tradicional, do varejo alta renda e do private (investidores com mais de R$ 5 milhões aplicados). Entre os segmentos, o destaque ficou com o varejo alta renda, que cresceu 15,4%, totalizando R$ 2,5 trilhões. O varejo tradicional avançou 13,6% e fechou o ano com um patrimônio líquido de R$ 2,4 trilhões. Juntos, os dois segmentos respondem por 68,6% do total investido pelos brasileiros. No private, responsável pela fatia restante, a alta foi de 8,7%, chegando a R$ 2,3 trilhões.
A maior parte desses recursos está na renda fixa, que cresceu 18% no ano e fechou 2024 com R$ 4,3 trilhões, o equivalente a 59,2% do total investido pelas pessoas físicas. "Em um ano marcado pela Selic em alta, os produtos de renda fixa foram os grandes protagonistas em 2024, com a busca dos investidores por segurança, rentabilidade e liquidez. Em 2025 há uma forte tendência de se repetir o movimento do ano passado dado que não houve alteração significativa do cenário. Mas o investidor também deve estar atendo às oportunidades de diversificação do seu portfólio como estratégia para equilibrar risco e retorno", avalia Luciane Effting, vice-presidente do fórum de distribuição da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Todos os títulos e valores mobiliários registraram alta, com destaque para os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que ampliaram em 20,7% a participação no portfólio das pessoas físicas, chegando a R$ 1 trilhão. O investimento em títulos isentos de imposto de renda avançou 15,5%, somando R$ 1,2 trilhão. Os produtos com o benefício fiscal são CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI (Letra de Crédito Imobiliários), LIG (Letras Imobiliárias Garantidas) e debêntures incentivadas. "Apesar das restrições impostas pelo Conselho Monetário Nacional na carência, lastro e perfis de emissores no início de 2024, ainda observamos um crescimento superior à Selic nesses papéis. O atual patamar da taxa de juros e o benefício da isenção de imposto contribuíram para que eles continuem sendo muito procurados pelos investidores", explica Luciane.
Em resposta dos investidores ao cenário econômico, os fundos de renda fixa foram um dos grandes protagonistas do ano passado, respondendo por 45,6% do volume aplicado em fundos. A classe cresceu 36,5% e terminou dezembro com volume de R$ 789,6 bilhões. Os Fundos Imobiliários registraram alta de 9,3%, somando R$ 101 bilhões. Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) cresceram 24,4%, para R$ 34,5 bilhões. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório) avançaram 90,1% e chegaram a R$ 23,1 bilhões. "Embora o volume ainda seja baixo em relação às outras classes, os FIDCs se beneficiam da abertura desse produto para o investidor do varejo, do cenário macroeconômico que favorece o investimento em renda fixa e do aumento da demanda por crédito alternativo. Muitas empresas buscaram nos FIDCs uma alternativa para financiar suas operações, migrando do setor bancário para o de mercado de capitais. Seguiremos acompanhando esse movimento, com a expectativa de que os FIDCs avancem ainda mais", afirma a executiva.
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