Cadeia de proteína catarinense sofre pela falta de demanda
A cadeia agrícola catarinense sentiu na carne, literalmente, a pandemia do coronavírus. A proteína animal foi menos demanda pelos consumidores e, além do mais, a alta dos preços de milho e soja (usados para ração animal) elevaram os custos de produção da carne. Um outro ingrediente foi a retração das exportações, principalmente para o Japão, que diminuiu a compra de carne suína. Esses elementos foram apresentados por Gláucia Padrão, economista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC), em debate promovido pelos Conselhos Regionais de Economia do Sul (veja aqui detalhes da live que foi acompanhada pelo Portal AMANHÃ).
Porém, o principal destino da carne catarinense é a China, e o país é e seguirá sendo fundamental. Na avaliação de Gláucia, no entanto, a busca constante por novos compradores será muito importante para evitar a concentração em um único mercado, que nunca é positiva. "Os Estados Unidos tiveram problemas com alguns frigoríficos que reduziram abates. Por isso, se tornou um mercado promissor para nós, pelo menos nesse período de pandemia. Mas deveríamos também nos preocupar em fazer com que esse destino permaneça depois da Covid", sugere. Ela ainda ressalta um número bastante significativo de exportações de arroz para a África do Sul. "Este ano exportamos grãos inteiros, produto já beneficiado, e não o tradicional arroz quebrado", destaca a economista. Além disso, a Índia, maior exportador do grão no mundo, revelou que atenderá o mercado interno primeiro, fato que abrirá mais oportunidades para outros países produtores.
Para Gláucia, medidas inicialmente adotadas pelo governo estadual foram bastante restritivas, como a paralisação do transporte, que dificultou a logística. "Agora, com a retomada responsável, as dificuldades ainda afetam outros setores, principalmente em função da demanda. O Sudeste, por exemplo, é um grande mercado onde as cidades seguem muito paradas. A Epagri tem ajudado a gestão pública a encontrar saídas para contornar essa situação com a elaboração de relatórios frequentes", revela.
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