Governo tem maior superávit para o mês em 19 anos

As contas ficaram positivas em R$ 56,2 bilhões em janeiro

O setor público consolidado – que engloba governo federal, estados, municípios e estatais – registrou o maior superávit primário para meses de janeiro em 19 anos. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), as contas de todos os entes do governo ficaram positivas em R$ 56,2 bilhões, o maior resultado desde o início da série histórica, em 2002.

O superávit primário representa o quanto o governo consegue economizar desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Tradicionalmente, janeiro registra superávit por causa da baixa execução dos Orçamentos federal e locais, que ainda estão no começo do exercício fiscal. No entanto, o resultado deste ano foi 20% maior que o superávit de R$ 46,8 bilhões registrado em janeiro do ano passado. No mês passado, o governo federal teve superávit primário de R$ 45,4 bilhões. Os estados e municípios apresentaram resultado positivo de R$ 10,1 bilhões; as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 664 milhões.

Mesmo com o resultado de janeiro, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estima que o setor público consolidado encerre 2020 com déficit primário (receitas maiores que despesas desconsiderando os juros) de R$ 118,9 bilhões. Na semana passada, o governo informou que vai propor uma emenda à LDO para zerar a meta de superávit para estados e municípios, elevando a meta de déficit para R$ 127,9 bilhões.

O setor público encerrou 2019 com déficit primário de R$ 61,8 bilhões, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse foi o sexto ano seguido de contas negativas, porém o déficit atingiu o nível mais baixo desde 2014. Em todo ano de 2019, as contas do setor público tiveram um déficit primário de R$ 61,8 bilhões, ou 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Foi o sexto seguido com as contas no vermelho, mas também foi o melhor resultado desde 2014, ou seja, em cinco anos.

Ao se incluírem as despesas com os juros da dívida pública, o resultado nominal somou superávit de R$ 19,1 bilhões em janeiro. No entanto, ao considerar os 12 meses terminados em janeiro, o déficit nominal ficou em R$ 436 bilhões, equivalente a 5,9% do PIB. O resultado nominal em 12 meses é o principal indicador para comparações internacionais e revela a capacidade de o governo controlar o crescimento da dívida pública. Os gastos com juros nominais totalizaram R$ 37,1 bilhões no mês passado e R$ 383,5 bilhões em 12 meses até janeiro de 2020 (5,2% do PIB).

Dívida bruta
Por causa do déficit nominal acumulado em 12 meses, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), outro indicador usado nas comparações internacionais, subiu em janeiro. Segundo o Banco Central, a DBGG passou de 75,8% do PIB em dezembro para 76,1% do PIB (R$ 5,5 trilhões) em janeiro. A dívida bruta considera tudo o que o setor público deve, sem descontar ativos como reservas internacionais e tudo aquilo o que o governo tem a receber. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida bruta do Brasil está alta na comparação com outros países emergentes, cujos governos têm endividamento em torno de 50% do PIB.

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Quinta, 25 Abril 2024

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