Covid foi responsável pelo fechamento de 4 em cada 10 empresas com atividades encerradas

A pandemia teve impacto negativo nos negócios para 70% dos negócios em funcionamento
Companhias de pequeno porte reportaram redução nas vendas

Entre 1,3 milhão de empresas que na primeira quinzena de junho estavam com atividades encerradas temporária ou definitivamente, 39,4% apontaram como causa as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Esse impacto no encerramento de companhias foi disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas do comércio, 39,4% dos serviços, 37% da construção e 35,1% da indústria. As informações são da nova Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, divulgada nesta quinta-feira (16), e que integra as estatísticas experimentais do IBGE.

Entre 2,7 milhões de empresas em atividade, 70% reportaram que a pandemia teve um impacto geral negativo sobre o negócio e 16,2% declararam que o efeito foi pequeno ou inexistente. Por outro lado, 13,6% confirmaram que a pandemia trouxe oportunidades e que teve um efeito positivo sobre a empresa. Por segmento, o maior percentual de empresas em que a pandemia tem tido efeito negativo está no setor de Serviços (74,4%), seguido por Indústria (72,9%), Construção (72,6%) e Comércio 65,3%.

"Os dados sinalizam que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, têm baixa produtividade e são intensivos em trabalho, como os serviços prestados às famílias, onde se incluem atividades como as de bares e restaurantes, e hospedagem; além do setor de construção", explica Alessandro Pinheiro, coordenador de pesquisas estruturais e especiais em empresas do IBGE.

Para sete em cada dez empresas em atividade, a pandemia implicou diminuição sobre as vendas ou serviços comercializados na primeira quinzena de junho, em relação ao período anterior ao início da pandemia. O impacto foi maior entre as companhias de pequeno porte, com até 49 funcionários, em que 70,9% reportaram redução nas vendas. Mas também foi percebido por 62,9% das empresas do porte intermediário (entre 50 e 499 pessoas ocupadas) e 58,7% das empresas de maior porte (acima de 499 funcionários). Entre os setores, a redução nas vendas foi maior na construção (73,1%) e nos serviços (71,9%), especialmente os serviços prestados a famílias (84,5%) e no comércio (70,8%) com destaque para a comercialização de veículos, peças e motocicletas (75,5%). Na indústria 65,3% das empresas reportaram redução nas vendas.

Cerca de 60% das empresas relataram maior dificuldade na capacidade de fabricar produtos e de atendimento aos clientes durante a primeira quinzena de junho, em relação ao período anterior ao início da pandemia – reportado por 67,2% das empresas do comércio, 65,5% da construção e 59,5% dos serviços. Outras 60,8% revelaram ter tido dificuldade no acesso aos fornecedores, com impacto maior no comércio (74,0%) especialmente na comercialização de veículos, peças e motocicletas (87,4%). Na indústria, esse impacto foi reportado por 62,7% das empresas em funcionamento.

Linha de crédito
A pesquisa também revela que a crise causada pela pandemia obrigou as empresas a tomar uma série de decisões sobre seus empregados. Cerca 60% das empresas em funcionamento mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de junho em relação ao início da pandemia. Dentre as que reduziram o número de pessoal ocupado, 37,6% reportaram uma redução inferior a 25% do pessoal e 32,4% uma redução entre 26% e 50% do número de pessoal ocupado.

"Não ocorreu alteração significativa no quadro de funcionários em relação ao início da pandemia, na construção, no comércio, na indústria e no atacado. Mesmo as pequenas empresas sinalizaram que mantiveram o quadro de funcionários, o que pode estar relacionado ao fato de terem colocado as pessoas em trabalho remoto ou terem obtido alguma linha de financiamento. O fato é que não houve uma queda acentuada na ocupação como num primeiro momento se esperaria", destaca o coordenador de pesquisas estruturais e especiais em empresas, Flávio Magheli.

Das 12,7% empresas que relataram ter conseguido uma linha de crédito emergencial para realizar o pagamento da folha salarial dos funcionários, 67,7% indicaram que esta ação foi possível com o apoio do governo. Outras 44,5% empresas afirmaram ter adiado o pagamento de impostos, desde o início da pandemia, em que mais da metade (51,9%) sinalizaram ter tido apoio da autoridade governamental para adoção dessa medida.

Veja mais notícias sobre BrasilCoronavírusEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 28 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/