PUCPR usará células-tronco no tratamento de pacientes com o coronavírus

Projeto avaliará eficácia no tratamento de pessoas com síndrome respiratória aguda grave decorrente do SARS-CoV-2
A terapia celular para o tratamento do coronavírus já está sendo testada em ensaios clínicos nos Estados Unidos, China, Colômbia, França e Jordânia

Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e do Instituto Carlos Chagas (ICC/FiocruzParaná) deram início na última semana a um projeto que utiliza células-tronco mesenquimais (CTMs), derivadas do tecido do cordão umbilical (TCU), para tratar pacientes com síndrome respiratória aguda grave decorrente do SARS-CoV-2. Esse é um estudo pioneiro no tratamento com células-tronco para Covid-19 no Brasil regularizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e de acordo com a RDC nº 338 de 20 de fevereiro de 2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em andamento efetivo.

Os pesquisadores do Centro de Tecnologia Celular da PUCPR (CTC-PUCPR) são responsáveis pela coleta dos cordões umbilicais, preparação das células e controle de qualidade do material; os do CHC-UFPR serão responsáveis pela seleção dos pacientes, infusão das células e acompanhamento clínico e os da Fiocruz Paraná realizarão a análise de citocinas e de carga viral. A terapia celular para o tratamento do coronavírus já está sendo testada em ensaios clínicos nos Estados Unidos, China, Colômbia, França e Jordânia. São utilizadas CTMs, que atuam na modulação da resposta imunológica e na proteção de tecidos danificados. O efeito tem sido positivo na recuperação dos pacientes e está relatado repetidamente em vários desses ensaios, mesmo em pacientes idosos em estágio avançado da doença.

O objetivo dos pesquisadores é avaliar o potencial terapêutico das CTMs para tratamento de pacientes e na recuperação com síndrome respiratória aguda grave decorrente do SARS-CoV-2. OS pacientes vão receber a infusão intravenosa de células em três doses, com intervalos de um dia (24 horas), sendo que o tratamento convencional será realizado em conjunto com a infusão.

Além da síndrome respiratória aguda grave, muitos pacientes que contraem o coronavírus apresentam complicações como lesão aguda no miocárdio, arritmia, dano renal agudo e choque, levando à morte por síndrome de disfunção de múltiplos órgãos demonstrando a gravidade desta doença. Até o momento, não há vacinas ou medicamentos comprovadamente efetivos, sendo que o foco do combate à doença está recaindo sobre a prevenção. Recentemente, as CTMs começaram a ser pesquisadas no tratamento do coronavírus. Tais células têm potencial imunomodulador, efeitos antimicrobianos e capacidade de reparo tecidual, além de serem "imunoprivilegiadas", pois não podem ser infectadas pelo SARS-CoV-2. Uma das fontes muito atrativa de CTMs é o tecido do cordão umbilical (TCU), habitualmente descartado após o parto e que estão sendo usadas neste projeto.

Pesquisas recentes que utilizaram as CTMs oriundas do TCU para tratamento da Covid-19 mostraram que trata-se de um procedimento seguro. Alguns resultados já observados foram a diminuição de citocinas inflamatórias mediando a reação inflamatória, responsável pelo grave comprometimento pulmonar, aumento de células reguladoras e proteção pulmonar o que pode resultar em menor tempo de respiração assistida, no tempo de internamento nas unidades de terapia intensiva, em menores sequelas e possivelmente influenciar na diminuição da mortalidade.

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Sexta, 19 Abril 2024

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