Catarinense Bunge Alimentos se torna a maior empresa do Sul

Nem mesmo o ano turbulento de 2018 – que será lembrado pela paralisação dos caminhoneiros e pela alta temperatura da eleição presidencial – foi capaz de jogar por terra os resultados das companhias sediadas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grand...
Catarinense Bunge Alimentos se torna a maior empresa do Sul

Nem mesmo o ano turbulento de 2018 – que será lembrado pela paralisação dos caminhoneiros e pela alta temperatura da eleição presidencial – foi capaz de jogar por terra os resultados das companhias sediadas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Tanto é verdade que as empresas conseguiram avançar nos principais indicadores do ranking 500 MAIORES DO SUL, lançado por AMANHÃ e PwC na manhã desta quarta-feira (30).

O pelotão das 500 alcançou, em 2018, um total de R$ 567 bilhões em faturamento, acréscimo de 5,5% sobre a receita total de 2017. Mas essa é apenas uma das boas notícias trazidas pelo tradicional ranking que apresenta um raio-x da elite corporativa do Sul desde 1991. Também em 2018, o lucro líquido das 500 cresceu 12,8%, para R$ 41,2 bilhões. Na onda azul que envolveu os balanços, destacam-se entre os maiores lucros empresas de energia como Itaipu (R$ 4,6 bilhões), Engie (R$ 2,3 bilhões) e Copel (R$ 1,4 bilhão). O Sicredi também apresentou um bom resultado (R$ 3,1 bilhões). O avanço foi possível em razão de um aumento das margens. A média de rentabilidade sobre as vendas entre as 500 Maiores saltou de 6,9% para 10,6%. A soma dos patrimônios apresentou uma leve queda de 2,5%, totalizando R$ 298,2 bilhões.  

Nem todos, porém, escaparam aos solavancos de 2018. O prejuízo total das 500 – que considera, naturalmente, apenas as companhias que fecharam no vermelho – voltou a subir, alcançando R$ 7,9 bilhões. Esta cifra negativa foi puxada, principalmente, pela catarinense BRF,  que perdeu R$ 4,4 bilhões no exercício de 2018. Nesta edição de 500 MAIORES DO SUL, a maré vermelha atingiu 79 empresas. No ranking anterior, com base em balanços de 2017, a soma das companhias com prejuízo havia sido próximo desse número: 75.  O endividamento médio também teve pequena alta – de 52,3% para 53,8%. 

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O Paraná se isola na dianteira
Diferentemente de edições anteriores, em que as companhias paranaenses, catarinenses e gaúchas dividiam méritos nos diferentes indicadores do ranking 500 MAIORES DO SUL, agora o Paraná desponta em quase todas as raias da competição. O estado exibe a maior soma de receitas e, também, de patrimônios, além dos lucros (veja os principais dados na tabela abaixo). Consequentemente, também detêm o maior Valor Ponderado de Grandeza. O VPG, principal critério de classificação desde 1991, quando foi desenvolvido por PwC e AMANHÃ exclusivamente para o ranking, reflete uma ponderação entre os principais números de um balanço: patrimônio (com peso de 50%), receita (40%) e lucro líquido (10%).

As representantes do Paraná também exibem a melhor rentabilidade sobre receita (17,1%) e a melhor índice de liquidez (2,7). Os menores prejuízos também pertencem às paranaenses. Suas companhias deficitárias acumularam perdas de R$ 1,3 bilhão, enquanto as gaúchas na mesma situação queimaram quase R$ 1,4 bilhão. Quem mais sofreu com a última linha do balanço no vermelho foram as catarinenses. Juntas, as deficitárias de Santa Catarina perderam R$ 5,2 bilhões. Porém, deste total, R$ 4,4 bilhões se referem às perdas de uma única empresa, a BRF.

Santa Catarina ganha dos vizinhos em um critério: menor nível de endividamento (52,4%, contra 54,2% das gaúchas e 54,7% das paranaenses). O Rio Grande do Sul também restringe sua liderança a um único quesito: número de empresas entre as 500 Maiores do Sul. São 189 gaúchas – três a mais que as representantes paranaenses. Mas até esse consolo pode ser perdido na próxima edição, caso a publicação de balanços das companhias do Paraná siga evoluindo em melhor ritmo. Neste ano, o Paraná conseguiu colocar três empresas a mais no pelotão das 500 MAIORES DO SUL, enquanto Santa Catarina inseriu mais quatro companhias. Já o Rio Grande do Sul perdeu sete representantes. 

Indicadores

PR

SC

RS

Soma dos VPGs* (em R$ bi)

142,3

107,3

129,6

Receita líquida (em R$ bi)

207,4

175,3

184,3

Patrimônio (em R$ bi)

115,4

73,8

109,0

Lucro líquido (em R$ bi)

17,6

8,6

15,0

Prejuízo (em R$ bi)

(1,3)

(5,2)

(1,4)

Número de empresas

186

125

189

(*) VPG:Valor Ponderado de Grandeza. Resulta da soma de patrimônio (com peso de 50%),receita líquida (40%) e resultado líquido do exercício (10%).

500 Emergentes
No ranking das 500 emergentes, AMANHÃ e PwC mostram quem são e de onde vem as empresas que não se classificaram entre as 500 MAIORES DO SUL, mas compõem um exército de reserva para assumir uma posição no grupo de elite. A primeira aspirante, situada na posição 501, é a catarinense Ludesa Energética, que exibe um patrimônio líquido de quase R$ 90 milhões e receita líquida da ordem de R$ 43,4 milhões. Se não bastasse encabeçar a liderança, Santa Catarina tem cinco companhias entre as dez primeiras colocadas – entre elas o Grupo Pasquini que recentemente mudou sua sede administrativa de São Paulo para Itajaí. Completam a lista quatro companhias paranaenses e uma gaúcha. 

Sobre o principal critério de classificação das empresas – Para revelar quem é quem entre as empresas do Sul, a Revista AMANHÃ e a PwC construíram um indicador exclusivo: o Valor Ponderado de Grandeza (VPG). O índice reflete, de forma equilibrada, o tamanho e o desempenho das empresas, a partir de um cálculo que considera os três grandes números do balanço: patrimônio líquido (que tem peso de 50% no cálculo do VPG), receita líquida (40%) e lucro líquido ou prejuízo (10%). 

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