Lucro desaba, mas alta do minério anima Gerdau
Entre janeiro e março deste ano, a Gerdau obteve lucro líquido de R$ 14 milhões – queda de 95% frente ao lucro do primeiro trimestre de 2015, que havia atingido R$ 267 milhões. Apesar do impacto negativo, este resultado representa um avanço se comparado ao prejuízo de R$ 41 milhões acumulado no último trimestre (outubro a dezembro do ano passado). Por essa razão, André Gerdau Johannpeter sinaliza uma possível melhora ao longo de 2016. “A sazonalidade tradicional do período na América do Norte e no Brasil, somada ao cenário de incerteza política nacional e de retração econômica no país, marcaram o primeiro trimestre. Entendemos, porém, que o impacto causado pela soma desses fatores no período não representa uma tendência para o resultado do ano”, afirmou Johannpeter nesta quarta-feira (4) durante teleconferência da divulgação dos resultados (veja mais dados do balanço na tabela ao final desta reportagem).
O ânimo do CEO que comanda a maior empresa da região, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL publicado por AMANHÃ com o apoio da consultoria PwC, é explicado por alguns fatores. A começar pela recente valorização das commodities – em especial o minério de ferro, cuja cotação já registra neste ano alta de 46%. “Isso dá margem para que possamos alimentar novos estoques, por exemplo. Porém, ainda que o patamar dos preços das commodities tenha mudado, não sei se será sustentável no longo prazo”, analisa Johannpeter.
A dúvida se justifica a partir de um recente relatório do Goldman Sachs. O documento afirma que o preço do minério de ferro voltará a despencar para US$ 35 (frente aos US$ 63 atuais) porque o excesso de oferta voltará, já que mais produção de baixo custo deve surgir em 2016.
Outro ponto comemorado por André Johannpeter é o desempenho da operação na América do Norte. “A construção não residencial segue com boas perspectivas e o segmento de infraestrutura tem apresentado crescimento”, relatou Johannpeter. O continente teve um acréscimo de 12% nas vendas e a exportação a partir do Brasil para lá aumentou mais de 70% no último trimestre.
Porém, a possibilidade de alguma melhoria do cenário não impede que a companhia estude outras formas de rentabilizar o negócio. “Temos estudado várias oportunidades como formação de joint-ventures, reavaliação ou mesmo venda de alguns ativos. Porém, não temos nada para anunciar ainda, mas seguimos evoluindo nesse caminho”, tergiversou Johannpeter.
Informações selecionadas | 1º Tri 2016 | 1º Tri 2015 | Var. | 4º Tri 2015 | Var. |
Vendas (Mil Toneladas) | 3.851 | 4.143 | -7,0% | 3.887 | -0,9% |
Receita Líquida (R$ Milhões) | 10.085 | 10.447 | -3,5% | 10.449 | -3,5% |
Margem Ebitda (%) | 9,2 | 10,6 | - | 8,7 | - |
Lucro Líquido (R$ Milhões) | 14 | 267 | -94,8% | (41)* | - |
*Lucro líquido ajustado no 4T15 por eventos extraordinários.
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