Poupança faz engordar o balanço do Sicredi em 2015

A inflação elevada, o aumento do desemprego e menor crescimento da renda do trabalhador influenciaram que a população brasileira, em 11 dos 12 meses do ano, retirasse mais dinheiro da caderneta de poupança do que depositasse. No início de janeiro, o ...

A inflação elevada, o aumento do desemprego e menor crescimento da renda do trabalhador influenciaram que a população brasileira, em 11 dos 12 meses do ano, retirasse mais dinheiro da caderneta de poupança do que depositasse. No início de janeiro, o Banco Central anunciou que, em 2015, os saques da poupança somaram R$ 53,5 bilhões, maior valor retirado em duas décadas. Em 2015, definitivamente, não foi o ano da poupança – a não ser para o Sicredi-RS. A instituição financeira cooperativa foi na contramão dos demais bancos e registrou um crescimento de 22% da carteira,  que fechou com o volume de R$ 2,7 bilhões. 

A previsão para 2016 é que o valor depositado na poupança supere os R$ 3 bilhões. “Isso é resultado de muito trabalho de divulgação da Pouped [nome da poupança do Sicredi] e da estratégia de chamar o associado a colocar seus recursos na poupança. Afinal, ela é o nosso lastro para financiar o crédito”, explica Gerson Seefeld, diretor executivo da Central Sicredi Sul. No ano passado a cooperativa liberou R$ 13,4 bilhões aos associados em crédito, sendo um terço (R$ 4,5 bilhões) destinado ao financiamento rural.

Mas não foram só os depósitos na poupança que o Sicredi teve a comemorar no Rio Grande do Sul em 2015. As sobras [como se chama o lucro distribuído entre os associados ao final de cada ano fiscal] foram de R$ 754,5 milhões. A operação acumulada do ano fechou com saldo positivo, somando ativos totais administrados acima de R$ 26,3 bilhões, que representam um crescimento de 21,6% sobre igual período de 2014. O Sicredi-RS ainda encerrou 2015 com 1,5 milhão de associados no estado e inaugurou dez novas unidades.

A instituição financeira se mostra otimista em relação ao seu desempenho em 2016, mas atenta aos sinais do mercado e da economia brasileira. “É importante que nesse período de recessão econômica se faça a leitura correto do mercado e não se generalize perdas e retrações, justamente para não se gerar crise onde ela não se instalou”, alerta Seefeld. O Sicredi-RS projeta crescimento de 8,8% do crédito liberado e 9,5% para os ativos totais administrados. O patrimônio líquido, que ano passado chegou a R$ 3,9 bilhões, deve ter um incremento de 16,7%.

No Brasil, o Sicredi chegou a marca de 3,2 milhões de associados, um acréscimo de 7,9% em relação a 2014. Em agosto passado, a Unicred Central Norte/Nordeste foi filiada (leia aqui). Em processo de integração, a união deve acrescentar mais de 100 mil associados e dobrar a presença do Sicredi no país. Hoje a cooperativa de crédito está em 11 estados brasileiros. O projeto de expansão continua na mira da instituição em 2016, garantiu Seefeld. “Estamos estudando entrar em Minas Gerais e Espírito Santo”, antecipou Seefeld. No país, o Sicredi registrou R$ 52,6 bilhões de ativos totais e aumentou em 10% o volume em operações de crédito no ano passado, com o total de R$ 30,6 bilhões.

Em Santa Catarina
Os dados de 2015 da central catarinense, divulgados nesta quarta-feira (28), estão em sintonia com os gaúchos. A poupança teve acréscimo de 22,2% no seu valor, encerrando o ano em R$ 125,1 milhões. Para este ano, a expectativa é que o valor na carteira cresça 31%. No estado, onde o Sicredi possui 150,1 mil associados, as sobras foram de R$ 16,7 milhões no ano passado. A cooperativa ainda liberou R$ 1,1 bilhão em crédito, sendo R$ 132,2 milhões ao financiamento rural. Em 2016, o Sicredi projeta expandir sua atuação em Santa Catarina com 14 novos pontos de atendimento – chegando a 105 unidades no estado –, além de alcançar o número de 170 mil associados.

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Domingo, 15 Dezembro 2024

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