Mercado externo é bom ambiente para testar estratégias

Apesardos receios que operações internacionais podem trazer, aproveitar a abertura demercados e atuar em outros países pode trazer aprendizagens e aprimoramento aosnegócios. Essa foi uma das abordagens oferecidas durante o 3º Fórum de ComércioExterio...

Apesardos receios que operações internacionais podem trazer, aproveitar a abertura demercados e atuar em outros países pode trazer aprendizagens e aprimoramento aosnegócios. Essa foi uma das abordagens oferecidas durante o 3º Fórum de ComércioExterior do Sul: O Desafio da Competitividade, promovido por AMANHÃ. O eventoreuniu líderes empresariais na sede da Federação das Indústrias do Rio Grandedo Sul (Fiegs), na terça-feira (12), para debater propostas de enfrentamentoaos problemas comuns ao setor. Ao final do encontro, foram agraciadas asempresas da região que mais se destacaram no comércio exterior no ano passado.

JoséRubens de La Rosa, presidente da Fundação Centro de Estudos do ComércioExterior (Funcex), apresentou os principais desafios para aumentar acompetividade das exportações no Brasil e na região. O executivo, que trabalhoupor 15 anos na Marcopolo e que liderou a internacionalização da fabricante de ônibus, aponta que a melhor maneira de efetivamente testar umproduto ou modelo de negócio é se voltar ao exterior. “Com as transformaçõesque estão acontecendo no mundo, qual a melhor maneira de efetivamente testarseu modelo de negócio? É submetê-los a novos mercados como Chile ou Argentina,por exemplo. Desse modo, é possível saber se há realmente qualidade em umproduto, pois ele terá de fazer frente com os concorrentes desses países”,sugeriu. De acordo com o titular da Funcex, inovar é outra ordem mais do quenecessária. “A Revista AMANHÃ destaca, em sua última edição, o tema dainovação, algo que tem seus custos. E a melhor maneira de absorver esses custosé diluindo-os e ampliando os mercados importadores”, assinalou.  De laRosa também sublinhou a importância de as empresas brasileiras vislumbrarem aAmérica Latina. “Estamos falando de 468 milhões de habitantes que falam umalíngua próxima. Não seria um mercado para ambicionar? A região deveria ser umdestino obrigatório para os exportadores”, apontou. 

O painel sobre os desafiospara as companhias exportadoras do Sul teve a participação de representantes daárea de comércio exterior das três federações industriais do Sul (Fiep, Fiesc eFiergs). O gerente de relações internacionais e negócio exterior da Fiep,Reinaldo Tockus (na foto ao lado, com o microfone), lembrou que o país ainda pode avançar muito como poloexportador. “O Brasil é, de fato, uma das dez maiores potencias econômicas domundo. Porém, responde somente por 1,2% do valor global de exportações e 0,7%dos produtos manufaturados que circulam no mundo, ou seja, nossa participação éinexpressiva. As exportações representam cerca de 12% do nosso PIB, enquanto amédia mundial se aproxima dos 30%”, enumerou. Em sua explanação, Tockus tambémapresentou os principais entraves para o desenvolvimento do comércio exteriorno país – entre eles o custo dos transportes, as leis conflituosas, complexas epouco efetivas, além da frequente alteração de regras.

O coordenador do Conselho deComércio Exterior da Fiergs, Cezar Müller (na foto, o terceiro da esquerda para a direita), lembrou que o Brasil é a 9ª maioreconomia mundial, mas ocupa apenas o 25º lugar no ranking de exportadores."Esses números mostram que o comércio exterior precisa ser pauta dosgovernos, entidades, associações, sindicatos. Precisamos de uma políticaindustrial de exportações de longo prazo”, disse. “Também temos a percepção deque a exportação não vem sendo tratada de forma carinhosa [pelo governo], poisnão é tida como prioritária e, principalmente, não tem sido colocada como umapolítica efetivamente de crescimento”, cobrou. A presidente da Câmara deComércio Exterior da Fiesc, Maria Tereza Bustamante (na foto, ao centro), trouxe para o debate oresultado de uma pesquisa feita com industriais catarinenses. O levantamentorevelou dois pontos essenciais para a continuidade dos negócios no Estado. “Oprimeiro é o de investimento em ativos fixos. Mais de 60% dos que responderamfocaram que este ano estariam direcionando seus investimentos para o aumento dacapacidade produtiva. E mais de 90% dos empresários afirmaram que a atualizaçãotecnológica é um dos tópicos em que eles têm mais aportes no momento”,informou.

Logística
O 3º Fórum de Comércio Exterior do Sul também discutiu o tema da logísticareunindo em um painel Renê Wlach, diretor comercial do Tecon, e Frank Woodhead,vice-presidente de Logística do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga eLogística no Rio Grande do Sul (Setcergs). “Exportar ou praticar comércioexterior no Brasil é algo fenomenal, difícil, complicado... Eu até diria que ogoverno trata o assunto com certa hostilidade. Todos os dias temos instruçõesnormativas diferentes, por exemplo”, reclamou Woodhead. Ele exemplificou quesomente no Porto de Rio Grande existem 38 autoridades intervenientes, fato quesó faz aumentar a burocracia. 

Wlach, do Tecon, destacou que equipamentos e produtividade dos portos são essenciais para atrair navios. “Em 2015 fizemos investimento de US$ 40 milhões na aquisição de três guindastes STS [Ship-to-Shore, usado para descarregar os navios] e mais oito RTGs [pórticos com rodas para empilhar contêineres]”, contou, lembrando que ao completar 20 anos em 2017, o Tecon nunca deixou de investir constantemente em melhorias. 

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Sábado, 14 Dezembro 2024

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