Devo, não nego. Pago quando puder
Diante do agravamento da crise econômica, mais brasileiros estão enfrentado dificuldades para permanecer com a vida financeira em dia. Anunciado na quarta-feira (19), um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do Brasil mostra o tamanho do problema. O levantamento descobriu que pelo menos 45% dos brasileiros inadimplentes não podem quitar suas dívidas atrasadas dentro de até três meses. A perspectiva de continuar inadimplente é mais frequente nas classes C, D e E (46%) do que nas classes A e B (32%).
A maioria dos consumidores (52%) justifica que a dívida contraída é muito superior aos seus ganhos mensais, mas há também aqueles que relutam em incorporar hábitos de economia no dia a dia, como deixar de consumir algo que gostam (23%). Na comparação entre 2014 e 2015, o valor médio das dívidas em atraso passou de aproximadamente R$ 4 mil para R$ 5,4 mil – um aumento real, já descontada a inflação, de 23%. Ao cruzar os valores médios das parcelas em atraso e a renda média dos entrevistados, a pesquisa verificou que o total das obrigações financeiras representa duas vezes e meia o valor da renda mensal. Uma família que tem remuneração de um a dois salários mínimos (entre R$ 789 e R$ 1.576), por exemplo, se comprometeu com uma dívida equivalente a quase quatro vezes o valor da renda (R$ 4,4 mil).
As parcelas a pagar no cartão de crédito, citadas por 42% dos inadimplentes, ao lado das parcelas no cartão de lojas (41%), são as contas que mais resultaram na inclusão do nome em instituições de proteção ao crédito. Os empréstimos junto aos bancos e financeiras (25%), as contas de telefone (11%), a utilização do cheque especial (10%) e as parcelas a pagar no carnê, boleto ou cheque pré-datado (10%) completam o ranking dos atrasos que motivaram a inadimplência.
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