TI fará com que universidades mudem modelo de negócios
Em um cenário onde a tecnologia interfere praticamente em todos os setores da economia, a universidade também precisará repensar seu modelo de negócio. Essa foi uma das principais conclusões de Fabio Reis, presidente do Consórcio Shem Brasil, responsável por fomentar a inovação acadêmica no país, na abertura do terceiro dia do Innovation Tech Knowledge 2020 (ITK 2020). O evento, promovido pela Associação Sul-Riograndense de Apoio ao Desenvolvimento de Software (Softsul), tem a educação como tema principal desta quarta-feira (7).
"O setor de TI passará a ser estratégico para as universidades, pois as decisões terão de se basear em dados", afirmou. Ele deu como exemplo prático de um bom uso da tecnologia nas faculdades o chamado Adaptative Learning. Nesse caso, cada aluno recebe exercícios práticos por meio de inteligência artificial, de acordo com respostas anteriores que deu aos testes ou trabalhos acadêmicos. A utilização do sistema Alexia em aulas de matemática fez com que as notas de estudantes de um curso de matemática aumentasse 56%.
"Apostar em TI deixa de ser um gasto para ser um investimento que dá retorno no curto, médio e longo prazos", sugeriu, afirmando aos gestores que não construam mais salas de aula tradicionais. Por essa razão, o especialista destacou que é preciso novos perfis de professores no ensino superior. Na Arizona State University , por exemplo, não há um organograma. A instituição optou por criar equipes de trabalho que buscam metas estabelecidas pelo Conselho de Administração.
"Será vital induzir uma mudança cultural nas instituições, o que vai refletir na mudança do modelo de negócio. Os próprios cursos terão de ser repensados", diagnosticou. "As universidades terão de jogar suas fichas cada vez mais em microcertificações – e não longos cursos que em uma carga horária extensa de até cinco anos", defendeu. Ele também ergueu a bandeira da reformulação dos cursos. As escolas de administração, por exemplo, deveriam focar seus esforços em formar lideres e empreendedores – ou mesmo seguir o exemplo de universidades, como na Finlândia, onde o ensino se dá totalmente dentro das empresas. A ligação entre diversas disciplinas, como faz a PUC chilena, é outro case a ser seguido.
Na visão de Reis, as universidades de pequeno e médio portes passarão por uma forte consolidação integrando suas áreas administrativas e "fazendo mais com menos",tendo em vista a escassez dos recursos – fruto, em parte, do menor investimento público na área. "Ainda mais por esse motivo, as universidades precisarão adotar um modelo hibrido, onde o aluno não precisa ir todos os dias até o campus. Os estudantes terão de ser desafiados a desenvolverem projetos onde estiverem", afirmou.
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