Renner Herrmann cria tinta que inativa o coronavírus

Produto foi desenvolvido dentro do Saúde Tech, edital elaborado pela Fundação Araucária
A tintura foi desenvolvida com foco em hospitais e locais com grande circulação de pessoas, como as áreas comuns de condomínios, por exemplo

O governo paranaense se uniu à iniciativa privada para encontrar uma solução tecnológica para ajudar no combate à pandemia da Covid-19: uma tinta que consegue inativar o novo coronavírus em 99,999%. O produto da Renner Herrmann, chamado de Polidura Epóxi Higiene Total Geração Anti Viral, já está à venda no comércio em galões de 3,6 litros. A empresa, especializada na produção de pigmentos para paredes e produtos derivados, foi uma das dez classificadas no edital Saúde Tech, promovido no fim do ano passado pelo Estado por meio da Fundação Araucária em parceria com o Senai no Paraná. O chamamento público disponibilizou no total R$ 1,4 milhão, divididos igualitariamente, para acelerar o desenvolvimento de produtos e tecnologias voltados exclusivamente para o combate ao vírus.

Diretor-geral da Renner Coatings, Luiz André Ortiz diz que o processo foi facilitado pelo fato de a empresa já ter em seu portfólio uma tinta com características semelhantes. "Nossa equipe técnica buscou alternativas que combatessem o vírus da Covid-19 nas diversas superfícies que temos contato diariamente. Como já tínhamos dentro de nossa linha uma tinta com função bactericida e à base d'água, vimos a oportunidade de desenvolver uma nova geração com a propriedade antiviral", contou Ortiz.

A tinta foi produzida em Curitiba por técnicos da Renner Coatings, braço do grupo Renner Herrmann voltado a soluções de alto desempenho, com apoio do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica. Uma das desenvolvedoras do pigmento antiviral, a pesquisadora do Senai Alana Cristine Pellanda contou que o projeto começou em outubro. O produto chegou ao mercado no começo deste ano e custa em torno de R$ 440 o galão com 3,6 litros. Funciona exatamente como uma tinta convencional, inclusive com o mesmo tempo de secagem após a aplicação.

Alana destacou que a tintura foi desenvolvida com foco em hospitais e locais com grande circulação de pessoas, como as áreas comuns de condomínios, por exemplo. Mas, reforçou, pode ser usada pelo cidadão comum em sua residência. "A pigmentação tem autonomia para se ligar aos vírus, incluindo o coronavírus. Se alguém contaminado espirra ou tosse, e o vírus adere àquela superfície, a tinta consegue inativá-lo. Quem tiver contato com a parede não será contaminado", assegurou Alana. Ela ressaltou que os ensaios seguiram as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e metodologias internacionais para medição da atividade antiviral. Foi testado o vírus coronavírus cepa MHV3, gênero Betacoronavírus (mesmo gênero e família dos SARS-CoV-1, SARS-CoV-2/Covid-19, MERS).

A testagem foi realizada no Laboratório de Virologia Aplicada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que comprovou que o produto apresenta excelentes resultados de efetividade antiviral. "Atingiu porcentuais de inativação ou redução da atividade do novo coronavírus de 99,999%", contou a pesquisadora. "Ou seja, se alguém encostar em uma superfície pintada com essa tinta, tem 99,999% de chances de não ser contaminado", detalhou. Ela explicou ainda que a pessoa não fica completamente protegida por estar em um ambiente que usou a tintura. Apenas quem tiver contato com a superfície pintada é que poderá não ser contaminado pelo vírus. "Há outras formas de se passar a doença, como o contato pessoal, por exemplo", afirmou.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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