Paraná lidera produtividade no setor de tecnologia no Sul
O Paraná liderou a produtividade e foi o que mais aumentou o faturamento do setor de tecnologia em 2019, ultrapassando estados com tradição na área, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. É o que revela a pesquisa Tech Report 2020, da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e da empresa de big data Neoway. O estudo, lançado nesta semana, traz um panorama do setor em Santa Catarina, incluindo também informações sobre o desenvolvimento da área no país (veja o estudo completo ao final desta reportagem).
Minas Gerais (26,3%), Santa Catarina (11,8%) e Paraná (1,5%) foram os únicos que registraram crescimento no número de empresas entre 2015 e 2019, mostra a Tech Report. Enquanto houve uma tendência de queda no restante do Brasil, o número de empresas de base tecnológica no Paraná passou de 19 mil, em 2018, para 19,6 mil em 2019. No quadro geral, o Paraná é o quarto estado com o maior número de empresas, atrás de São Paulo (122,7 mil), Rio de Janeiro (30,3 mil) e Minas Gerais (26,3 mil).
As 19,6 mil empresas de Tecnologia da Informação (TI) do Paraná faturaram, no ano passado, R$ 21,2 bilhões, valor que ficou abaixo apenas de São Paulo, que concentra quase metade das companhias do setor. Enquanto na média nacional houve queda no faturamento, o Paraná apresentou o melhor desempenho nacional, com crescimento de 25,6% com relação ao ano anterior. Na pesquisa, o índice de produtividade na área de TI, que o Paraná também lidera, é calculado considerando a razão entre o faturamento médio e a média de funcionários por empresa. Com isso, a produtividade do setor no Paraná chegou a R$ 90 mil no ano passado, valor bem acima da média brasileira, de R$ 52 mil, e de Santa Catarina, que vem na segunda posição, com R$ 77 mil.
O estudo mostra também que Paraná foi o segundo Estado com o maior crescimento no número empregos na área, com base nos dados disponibilizado até 2018. Entre 2017 e 2018, houve incremento de 15,5% nos postos de trabalho, passando de 37,8 mil para 43,7 mil empregados nas empresas de base tecnológica. O índice é inferior apenas ao da Bahia, que aumentou 20,6% no período.
Mesmo com o crescimento, ainda há um déficit de profissionais capacitados para atuarem na área tecnológica, afirma Adriano Krzyuy, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná). "Enquanto há demissões em outros setores, tínhamos, até antes da pandemia, de 10 mil a 12 mil vagas em aberto no Paraná", explica. "A área é um alicerce para outros segmentos, como o agronegócio, a indústria 4.0 e o comércio, com o suporte ao delivery e à manutenção de estoques, e necessita de trabalhadores capacitados, o que ainda está em falta", afirma.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2017 havia 144 turmas em oito cursos universitários ligados à área de TI no Paraná. Mesmo com a oferta de 46 mil vagas naquele ano, a falta de interesse pela área e a evasão são ainda muito altas, com cerca de 15 mil ingressantes e nem 4 mil concluintes. "Muitas vezes, quando o aluno sai da faculdade para o mercado de trabalho, muita coisa que ele aprendeu já está defasada em virtude da velocidade com que a tecnologia se transforma. Por isso, nos últimos anos, as instituições de ensino que atendem o setor têm refletido para proporcionar aos estudantes uma nova dinâmica de aprendizado. Estamos vendo os resultados na prática, com profissionais que apresentam alta produtividade para as empresas", avalia Krzyuy.
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