Educação: didática mais interativa

O ensino tomará mais um choque de gestão em um curto intervalo de tempo por causa do 5G
A possibilidade do aumento da interação com os alunos será o maior dos ganhos

Para Alexandre Cardoso, professor do curso de especialização em gestão de serviços de Telecom da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a internet foi a salvação da lavoura para o ano escolar no Brasil, que foi engolfado pela pandemia. Com a adição do 5G, o ensino tomará mais um choque de gestão em um curto intervalo de tempo. O principal ganho da tecnologia, segundo ele, é a possibilidade do aumento da interação com os alunos. A utilização do óculos 3D, por exemplo, fará com que o professor possa avaliar remotamente um aluno de dança se ele trajar uma roupa especial que capte os movimentos em um ambiente cercado de câmeras. "Será um grande avanço trazer os alunos de modo que se motivem e tenham interesse no conteúdo. Outro ponto importantíssimo será a capacitação dos professores, especialmente em matérias voltadas ao ensino fundamental", alerta ele. Os estudantes também poderão assistir a uma lição quantas vezes quiserem, pois as aulas ficarão gravadas. Hoje, por causa da insuficiente velocidade da internet e do espaço virtual para armazenar os conteúdos, essa alternativa é muito precária.

O Grupo Ânima, que possui 145 mil alunos no Brasil – 25% deles no Sul - já vislumbra a possibilidade de realizar provas individuais on-line. Mas e a cola? Coisa do passado, pois há tecnologia suficiente para evitar fraudes. Os testes são realizados em uma plataforma que bloqueia o acesso à internet na máquina, e a câmera do computador ou celular é acionada para monitorar o aluno. Se ele desviar o olhar por determinado tempo para espiar alguma fonte de pesquisa, o sistema derruba e cancela o exame. O software também checa a foto do aluno com a imagem captada pela câmera – sem contar que pode, ainda, detectar vozes de terceiros durante o exame e considerar como uma forma de fraude.

A Ânima investiu mais de R$ 1 milhão no desenvolvimento da plataforma nos últimos dois anos. "Somos conhecidos como digitalmente acadêmicos e tecnológicos, temos diversos especialistas estudando o assunto e mantemos contato frequente com as operadoras", comemora João Talles Dantas Batista, gerente de arquitetura de software do conglomerado que administra a Unisul e UniSociesc, em Santa Catarina, e a UniCuritiba, no Paraná. Jogos educativos em tempo real e o uso frequente de realidade aumentada farão parte da rotina. Porém, não é apenas o modo de ensinar e aprender que mudará. Na esteira do 5G, novos cursos e profissões passarão a existir. Batista vislumbra que será questão de tempo para a Ânima oferecer pós-graduação em Big Data ou mesmo Inteligência Artificial.

Este case faz parte da reportagem Revolução exponencial, publicada na edição 335 da revista AMANHÃ e pode ser lida na íntegra aqui, mediante simples cadastro. A matéria também foi publicada no Portal AMANHÃ com atualizações (acesse aqui).

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Comentários: 1

Militão Ricardo em Segunda, 08 Fevereiro 2021 15:51

Oi, Marcos. Muito importante o assunto. Temos em frente uma fenomenal mudança na educação em dois eixos: o da tecnologia, como a matéria bem exemplifica e no eixo pedagógico, pois 1) Os métodos de ensino também precisam mudar - e muito - mesmo ainda nas aulas presenciais. Isto já deveria ter acontecido há mais de 50 anos! 2) Os conteúdos do ensino básico e médio também precisam ser revisados urgentemente. Estamos ensinando matérias sem utilidade na vida pessoal e profissional da maioria dos alunos do país. Estes novos métodos e conteúdos por sua vez podem e devem ser também portados para o meio digital. Isso é possível e já está acontecendo. Precisa acelerar o processo. Um belo e fundamental desafio pela frente para o RS e o país. Um abraço!

Oi, Marcos. Muito importante o assunto. Temos em frente uma fenomenal mudança na educação em dois eixos: o da tecnologia, como a matéria bem exemplifica e no eixo pedagógico, pois 1) Os métodos de ensino também precisam mudar - e muito - mesmo ainda nas aulas presenciais. Isto já deveria ter acontecido há mais de 50 anos! 2) Os conteúdos do ensino básico e médio também precisam ser revisados urgentemente. Estamos ensinando matérias sem utilidade na vida pessoal e profissional da maioria dos alunos do país. Estes novos métodos e conteúdos por sua vez podem e devem ser também portados para o meio digital. Isso é possível e já está acontecendo. Precisa acelerar o processo. Um belo e fundamental desafio pela frente para o RS e o país. Um abraço!
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Quarta, 11 Dezembro 2024

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