Fiesc lança Agenda da Água 2023
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) lançou nesta terça-feira (7) a Agenda da Água 2023. Um dos alertas trazidos na publicação é para as 10 regiões hidrográficas catarinenses, que necessitam de intensa atividade de gerenciamento e grandes investimentos. Dados do Plano Estadual de Recursos Hídricos mostram que, até 2027, caso nenhuma medida venha a ser tomada, 80% delas estarão insustentáveis em relação à qualidade da água e 70% podem alcançar níveis que vão de crítico a insustentável no que tange à quantidade do insumo. O tema água estará presente nas discussões da Conferência do Clima (COP 28), que será realizada em Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro.
A agenda da Fiesc apresenta proposições para a construção das diretrizes de uma política de estado, visando a gestão sustentável dos recursos hídricos em Santa Catarina, explica o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, observando que a água é essencial para a vida e para qualquer atividade humana. "É matéria-prima para a produção de alimentos, bens de consumo e medicamentos, além de ser estratégica para setores como a indústria, agricultura e turismo, atividades que contribuem para geração de emprego, renda, tributos e circulação da economia", afirma.
Ele salienta que Santa Catarina é pródiga em recursos hídricos, com rios e imponentes bacias, baías, estuários, água subterrânea (o aquífero Guarani, por exemplo) e fontes de águas termais. "Apesar de índices sociais de destaque nacional, o estado apresenta distorções no saneamento (qualidade), na distribuição da água, que é insuficiente em algumas regiões (suprimento), além de ser acometida por enchentes e secas (excesso ou falta do insumo). Por isso, é importante garantir uma gestão competente e a provisão de recursos financeiros, com destaque para o saneamento, visando a universalização do acesso, previsto em lei", completa. Confira, a seguir, alguns dos principais indicadores da Agenda da Água 2023 e acesse o conteúdo completo ao final desta reportagem.
Saneamento
Santa Catarina ocupa a 19ª posição no índice de atendimento urbano de esgoto — com uma cobertura de apenas 32,2% — bem abaixo da média nacional, que é de 64% (dados do SNIS, ano-base 2021). Hoje, quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e quase 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada R$ 1 investido em saneamento, gera uma economia de R$ 4 em saúde. Conforme estudo do Instituto Trata Brasil, para atingir a universalização do saneamento, Santa Catarina precisaria investir cerca de R$ 6,4 bilhões até 2033. Os recursos são capazes de incorporar quase 2,5 milhões de pessoas no sistema de distribuição de água tratada e cerca de 6,3 milhões de pessoas no sistema de coleta de esgoto. O acesso ao saneamento básico no estado pode gerar benefícios econômicos significativos, como aumento da produtividade do trabalho e valorização imobiliária. Com isso, o estado pode ganhar R$ 23,9 bilhões até 2055, se universalizar os serviços de água, coleta e tratamento de esgoto.
Desastres naturais
De acordo com o Atlas Digital de Desastres no Brasil (2023), de 1991 a 2022, Santa Catarina registrou mais de R$ 32,5 bilhões de prejuízos com desastres naturais, o sexto maior do país. Nesse montante, estão calculados desastres decorrentes de alagamentos, chuvas intensas, enxurradas, inundações, movimento de massa, rompimento/colapso de barragens, estiagem e seca. Nesse mesmo período, os prejuízos das indústrias catarinenses, decorrentes de desastres naturais, totalizaram R$ 2,6 bilhões — o estado lidera o ranking brasileiro.
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