Consórcio Biogas-to-H2 Paraná receberá investimentos para produção de hidrogênio renovável

Novo aporte financeiro visa impulsionar a pesquisa e a produção de hidrogênio verde no estado
A proposta é usar o biogás gerado em uma estação de tratamento de esgoto para produzir hidrogênio renovável de baixa emissão de carbono

Um consórcio que inclui a Copel, a Sanepar e outras entidades do Paraná foi selecionado entre os cinco projetos que integrarão o plano de investimentos do Brasil nos Fundos de Investimento Climático – Descarbonização da Indústria (CIF-ID, na sigla em inglês). O Consórcio Biogas-to-H2 Paraná (B2H2) tem como objetivo aproveitar o biogás gerado em uma estação de tratamento de esgoto para produzir hidrogênio renovável com baixa emissão de carbono. 

A escolha dos projetos foi realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), através de uma chamada pública voltada para hubs de hidrogênio de baixa emissão, que faz parte das principais iniciativas do Programa Nacional do Hidrogênio. A chamada pública, que foi aberta em outubro de 2024, recebeu 70 propostas de diversas regiões do Brasil. Um comitê interinstitucional, composto por especialistas diretamente envolvidos com o tema, avaliou as propostas com base em critérios como elegibilidade, potencial de impacto, inovação e viabilidade técnica.

O consórcio é coordenado pela Copel Geração e Transmissão (Copel GT) e conta com a colaboração de empresas como Sanepar, Compagas, Peróxidos do Brasil, Gas Futuro, além de instituições acadêmicas e de pesquisa, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), o CIBiogás, a Fundação Parque Tecnológico Itaipu-Brasil, o Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica e o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Hidrogênio (Napi Hidrogênio).

O Consórcio B2H2 propõe transformar biogás de uma estação de tratamento de esgoto em hidrogênio renovável, utilizando tecnologia de reforma catalítica. A previsão inicial é produzir 100 toneladas de hidrogênio por ano, com potencial de crescimento significativo, principalmente através da parceria com a Sanepar, que pode gerar até 7 mil toneladas anuais. Além disso, a iniciativa contempla a captura de CO₂, prevendo uma mitigação de até 325 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, e contará com um sistema de certificação de hidrogênio de baixo carbono em desenvolvimento pela Copel.

Os resultados da primeira fase do projeto serviram como base para a Expressão de Interesse do Brasil, enviada pelo Ministério da Fazenda ao CIF-ID em janeiro, onde o país se destacou em primeiro lugar entre 26 nações, podendo acessar até US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,4 bilhão) para projetos de hidrogênio e transição energética na indústria. Foram selecionadas cinco propostas com potencial de execução até 2035, incluindo iniciativas do Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

"As pautas da economia circular e da economia de baixo carbono já fazem parte das atividades da Sanepar. Nesse cenário, um dos destaques é o aproveitamento energético do biogás, subproduto do processo de tratamento de esgoto, gerado em mais de 200 estações do estado", explica Gustavo Possetti, especialista em pesquisa e inovação da Sanepar. "Esse biogás pode ser convertido em energia elétrica, energia térmica para a secagem do lodo, biometano e também, quando devidamente processado, em hidrogênio", completa. 

Em 2023, a Copel GT lançou uma chamada pública para projetos de P&D+I em hidrogênio de baixa emissão, resultando na seleção de três propostas que receberão R$ 7,6 milhões em investimentos. Também está prevista a inauguração de uma planta piloto de produção de hidrogênio renovável por rota seca no Centro Politécnico da UFPR, que contribuirá para o desenvolvimento do Hub B2H2 no Paraná.

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Quinta, 04 Setembro 2025

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