Saldo da balança comercial do Sul recua 64% até agosto

A região Sul exportou US$ 28,9 bilhões até agosto. O valor representa uma queda de 16,2% em relação ao mesmo período de 2018. Já as importações chegaram a US$ 26 bilhões, uma alta de 4,6% em relação a igual intervalo do ano passado. A balança comerci...
Saldo da balança comercial do Sul recua 64% até agosto

A região Sul exportou US$ 28,9 bilhões até agosto. O valor representa uma queda de 16,2% em relação ao mesmo período de 2018. Já as importações chegaram a US$ 26 bilhões, uma alta de 4,6% em relação a igual intervalo do ano passado. A balança comercial, porém, mostrou saldo positivo de US$ 2,8 bilhões no acumulado do ano, queda de 64% em relação ao saldo de janeiro a agosto de 2018 (US$ 7,9 bilhões). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), vinculado ao Ministério da Economia, e compilados pelo Portal AMANHÃ. Nos números por estado, o Rio Grande do Sul fechou o acumulado até agosto com saldo positivo de US$ 5,7 bilhões, enquanto o Paraná teve balanço positivo de US$ 2,2 bilhões. Santa Catarina apresentou déficit de US$ 5 bilhões (confira os números detalhados na tabela abaixo). A região respondeu por 19,4% das exportações e por 22,2% das importações no período. 

As exportações de carnes pelo Porto de Paranaguá (foto), de janeiro a agosto deste ano, foram de 1,2 milhão de toneladas. O volume representa um aumento de 13,2% em relação ao registrado no mesmo período de 2018, com 1,1 milhão de toneladas de carnes exportadas. As carnes exportadas pelo Porto do Paraná geraram, nos últimos oito meses, receita de cerca de US$ 2,4 bilhões – quase 25% da pauta exportadora do estado. Em 2018, foram US$ 2 bilhões. Os principais mercados da carne bovina, nesses oito meses, foram China, Hong Kong, Egito, Irã e Emirados Árabes. A carne de porco também registra aumento significativo. Até agosto foram 45,5 mil toneladas exportadas – volume 33,8% maior que o registrado no ano passado, com 34 mil toneladas movimentadas. Os principais destinos são Hong Kong, China, Cingapura, Vietnã e Albânia. Segundo o economista Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria estadual da Agricultura, o aumento nas exportações de carne de porco ainda é reflexo da perda da China e dos vizinhos do sudeste asiático nos próprios rebanhos com a peste suína. “Esta crise nos principais consumidores de suíno do mundo abriu para o Paraná e todo o Brasil uma oportunidade muito grande”, afirma.

De acordo com nota técnica divulgada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), os principais produtos embarcados pelo estado até agosto foram: carnes de aves, que representa 22,9% da pauta exportadora e cresceu 22,5%, carne suína, com participação de 8,2% e alta de 30,8%, e soja, com participação de 7,4% e retração de 30,7%. Com relação aos parceiros comerciais, os Estados Unidos figuram como o principal destino das vendas catarinenses no acumulado do ano, com participação de 14,9% e retração de 1,5% em relação ao mesmo período de 2018. A China aparece na sequência com participação de 14,4% e queda de 11,2% nesse comparativo. Em agosto, os embarques catarinenses somaram US$ 692,7 milhões. O valor é 29,1% inferior ao registrado no mesmo mês de 2018. O desempenho negativo foi puxado principalmente pelo recuo dos embarques de carnes de aves, que caíram 33%, e de soja, que diminuiu 74%.

As exportações da indústria gaúcha totalizaram US$ 1 bilhão em agosto, recuo de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2018. Dos 23 setores industriais no que registraram vendas externas no período, 17 caíram, especialmente Químicos (-32,1%), Veículos automotores (-30,6%) e Couro e calçados (-16,6%) “A queda nas exportações foi disseminada entre os setores da indústria. A desaceleração da economia mundial e a crise na economia argentina têm contribuído para a diminuição na demanda externa por muitos produtos industrializados”, avalia Gilberto Petry, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). No acumulado do ano, porém, o resultado das exportações industriais é mais alvissareira. De janeiro a agosto, totalizaram US$ 8,4 bilhões, crescimento de 1,8% ante o mesmo período do ano anterior. A principal contribuição positiva para o resultado veio de Celulose e papel, US$ 1 bilhão, incremento de 63% até o momento. Por sua vez, as importações gaúchas somaram US$ 928 milhões em agosto, queda de 0,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Entre as grandes categorias econômicas, Bens de consumo (-47,1%), Combustíveis e lubrificantes (-21,6%) e Bens de capital (-11,8%) recuaram na comparação mensal. Os Bens intermediários, com alta de 15,5%, compensaram quase integralmente o resultado negativo dos importados, principalmente por conta da aquisição de produtos que compõem o grupo de Adubos e fertilizantes (+US$ 185 milhões). Já nos últimos oito meses, o montante importado pelo Rio Grande do Sul atingiu US$ 6,5 bilhões, retração de 10,2% no acumulado.

Balança comercial do Sul – Janeiro/Agostode 2019

 Exportação

 Importação

Saldo

 US$ FOB (A)

 Var%

 US$ FOB (B)

 Var%

US$ FOB (A) - (B)

RS

12.214,8

(18,4)

6.486,39

(10,1)

5.728,41

PR

10.697,1

(13,4)

8.449,52

4,6

2.247,58

SC

6.006,83

1,0

11.098,56

7,4

(5.091,73)

Total Sul

28.918,73

(16,2)

26.034,47

1,5

2.884,26

Fonte: Ministério da Economia

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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