Importações de calçados aumentam quase 50% em março
O tarifaço recentemente anunciado pelos Estados Unidos, especificamente, para a China, vem causando sentimentos distintos na indústria calçadista nacional. São três prismas. Conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a alta tarifa imposta deve fazer com que os compradores norte-americanos busquem alternativas de fornecimento fora da China, abrindo uma janela de oportunidade para o calçado verde-amarelo, mas também para os concorrentes asiáticos que ficaram fora da escalada de tarifas proposta, como Vietnã e Indonésia. Por outro lado, o maior mercado do planeta deve frear seu crescimento devido à alta da inflação e à desaceleração econômica. O terceiro prisma é o que mais preocupa: a desova da produção chinesa no mercado doméstico brasileiro, gerando concorrência desleal com as produtoras nacionais.
Conforme dados elaborados pela Abicalçados, somente no mês de março, as importações de calçados aumentaram 47,7%, em relação ao período correspondente de 2024, o que significa a entrada de mais de 5 milhões de produtos no Brasil. A principal origem foi, justamente, a China, que recebeu sobretaxa de 125%, de onde foram importados 2,5 milhões de pares, 51,7% mais do que em março do ano passado. "Essa invasão ocorre antes mesmo da entrada em voga da nova tarifa. A previsão é de que aumente ainda mais nos próximos meses", alerta o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. A China é, de longe, a maior fabricante de calçados do mundo, pois concentra 60% da produção. "O certo é que a China não ficará sem escoar esse volume e precisará direcioná-lo para outros mercados, entre eles países importadores do nosso calçado e no nosso próprio mercado doméstico", conclui Ferreira.
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