Brasil registra superávit de US$ 27,1 bilhões até junho

A queda do preço de várias commodities (bens primários com cotação internacional) exportadas e o leve crescimento das importações fizeram o saldo da balança comercial diminuir no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo as...
Brasil registra superávit de US$ 27,1 bilhões até junho

A queda do preço de várias commodities (bens primários com cotação internacional) exportadas e o leve crescimento das importações fizeram o saldo da balança comercial diminuir no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, foi o terceiro melhor da história para o primeiro semestre, de US$ 27,1 bilhões, só perdendo para os seis primeiros meses de 2018 (US$ 30 bilhões) e de 2017 (US$ 36,2 bilhões). O superávit é 9,6% inferior ao do mesmo período do ano passado. Em junho, o Brasil exportou US$ 5 bilhões a mais do que comprou do exterior. Apesar da queda de 13,3% em relação ao superávit de junho do ano passado, o valor é o terceiro melhor para o mês, inferior apenas ao registrado em junho de 2018 (US$ 5,7 bilhões) e de 2017 (US$ 7,1 bilhões).

A equipe econômica elevou para US$ 56,7 bilhões a previsão de superávit da balança comercial para este ano. Revista a cada três meses, a estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (1) pelo Ministério da Economia. Até o mês passado, o governo estimava que a balança comercial – diferença entre exportações e importações – encerraria o ano em US$ 50,1 bilhões. A alta no saldo, no entanto, não decorrerá da melhoria das vendas externas, mas porque as exportações e as importações cairão em relação às projeções originais. Segundo a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, as exportações deverão encerrar o ano com queda de 2% em relação ao valor exportado no ano passado. As importações, em contrapartida, deverão cair 1,9%. Em relação às exportações, o motivo é o desaquecimento do comércio global e a queda de preços em algumas commodities. As importações deverão cair por causa da lentidão na recuperação da economia brasileira.

“A expectativa de comércio internacional brasileiro não é extraordinária não apenas por causa do quadro geral da economia brasileira, de recuperação lenta, mas também por causa do panorama global. A economia mundial terá um crescimento ainda mais baixo decorrente do enfraquecimento das relações de comércio internacional. O Brasil, naturalmente, sofre consequências disso”, avalia Lucas Ferraz, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia. A estimativa sobre as importações também foi afetada porque, no segundo semestre do ano passado, o Brasil importou US$ 8 bilhões em quatro plataformas de petróleo. Como as importações não se repetirão neste ano, a base de comparação ficou prejudicada. Excluindo as operações com as plataformas, as compras externas encerrariam este ano em alta. Ao longo da última década, o Brasil exportou plataformas de petróleo para subsidiárias de estatais no exterior, mas os equipamentos nem sequer chegaram a sair do país. Esse tipo de operação é amparado pelas normas de comércio internacional. Por causa do novo regime especial de tributação para o setor de petróleo, que entrou em vigor no ano passado, o país teve de reimportar essas plataformas, com impacto na balança comercial.

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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