Balança comercial registra superávit recorde de US$ 6,6 bi em agosto
A queda nas importações em ritmo maior que a redução das exportações fez a balança comercial registrar superávit recorde em agosto. No mês passado, o país exportou US$ 6,6 bilhões a mais do que importou, o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1989. Tanto as exportações como as importações caíram no mês passado. Em agosto, o país vendeu US$ 17,7 bilhões para o exterior, com recuo de 5,5% pelo critério da média diária em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações, no entanto, caíram mais, somando US$ 11,1 bilhões, redução de 25,1% também pela média diária.
Com o resultado de agosto, a balança comercial acumula superávit de US$ 36,5 bilhões no ano. Esse é o terceiro melhor resultado da série histórica para o período, perdendo para janeiro a agosto de 2017 (superávit de US$ 48,1 bilhões) e de 2018 (superávit de US$ 36,7 bilhões). No acumulado de 2020, as exportações somam US$ 138,6 bilhões, retração de 6,6% na comparação com o mesmo período de 2019 pela média diária. As importações totalizam US$ 102 bilhões, recuo de 25,1% pelo mesmo critério.
A maior parte da alta do saldo em agosto é explicada pela queda da importação da indústria extrativa, que caiu 59,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, e da indústria de transformação, cujas compras do exterior encolheram 23,7%. Do lado das exportações, as vendas da indústria de transformação caíram 14,2%, e as vendas da indústria extrativa recuaram 8,6%. Em contrapartida, as exportações da agropecuária subiram 32,6%.
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Entre os produtos que puxaram o crescimento das exportações agropecuárias em agosto, os destaques foram a soja, cujo valor vendido aumentou US$ 443,3 milhões em relação ao mesmo mês do ano passado, e o algodão bruto, com alta de US$ 80,9 milhões na mesma comparação.
Na indústria extrativa, caíram as exportações de minério de ferro, com retração de US$ 442 milhões em relação a agosto do ano passado, e de óleos brutos de petróleo, com recuo de US$ 451,6 milhões. Nos dois casos, a queda deve-se à variação negativa dos preços internacionais na comparação com 2019, porque os volumes embarcados ficaram estáveis no caso do ferro e aumentaram 21% no caso do petróleo.
Na indústria de transformação, as maiores quedas foram registradas nas exportações de motores e máquinas não elétricos (-US$ 187 milhões), celulose (-US$ 157,8 milhões) e óleos combustíveis de petróleo (-US$ 152,6 milhões). Além da pandemia, que impactou a economia em todo o planeta, a crise na Argentina, principal destino das exportações industriais brasileiras, contribuiu para o resultado.
Com Agência Brasil
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