SKA, CCR e CMPC reforçam intenção de investir no RS
Mesmo travado pela lentidão econômica do país e a névoa da crise das contas públicas que paira sobre os negócios do Rio Grande do Sul, ainda há projetos de todos os portes e dos mais variados setores a serem instalados no estado. É o que apontaram Mauricio Harger (na foto, o terceiro da esquerda para a direita), diretor-geral da CMPC; Roberto de Barros Calixto, diretor-presidente da CCR ViaSul (na foto, ao centro); e Siegfried Koelln (na foto, o primeiro da esquerda para a direita), CEO da SKA Automação de Engenharias. Os painelistas apresentaram suas visões a respeito do assunto durante o Tá na Mesa, evento promovido pela da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), desta quarta-feira (12), em Porto Alegre.
Qualificação da mão de obra, falta de infraestrutura e a aprovação de reformas foram alguns dos tópicos levantados como entraves para investimentos mais expressivos no estado. “A indústria daqui está saindo do estado e parte da culpa disso é a falta de infraestrutura. Acaba que isso afeta as empresas que permanecem no estado, porque precisamos fazer cada vez mais negócios fora”, afirma Koelln. Para Harger, esse panorama está mudando. “Temos um governador jovem, com uma mentalidade em prol da mudança. Isso, junto a um cenário favorável em relação à segurança jurídica e otimismo com a reforma previdenciária, tende a gerar um impulso na atratividade do estado”, prevê.
Enxergar o Rio Grande do Sul como eixo a partir do qual é possível atingir outros mercados é característica de alguns dos investimentos, como os da Celulose Rio Grandense, pertencente ao grupo chileno CMPC. A fábrica que opera no em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, destina mais de 90% da sua produção para o exterior. Com capacidade anual de 1,8 milhão de toneladas de celulose, além de 60 mil toneladas de papel, é responsável por uma fatia de 2% do PIB gaúcho. “Sabemos que a celulose é a matéria-prima do futuro, que irá substituir algumas aplicações do plástico, então é natural o interesse em investir nisso”, justifica Harger, diretor-geral da CMPC, explicando o investimento de R$ 5 bilhões na expansão da planta, ampliando em quatro vezes a capacidade produtiva. A companhia ainda deve investir US$ 30 milhões na modernização do terminal portuário privado, também sediado em Guaíba, para aumentar a produtividade e reduzir o uso do transporte rodoviário para escoamento da produção. Harger ainda afirmou que a empresa deve incrementar investimentos de R$ 14 milhões em 40 programas sociais nas cidades onde atua, com ênfase em cultura, educação e esporte.
A Rodovia de Integração do Sul (RIS), pacote que inclui a concessão das BRs 101, 290, 386 e 448, foi concedida à CCR ViaSul pelos próximos 30 anos. Há pouco mais de 100 dias em operação, a empresa já emprega mais de mil funcionários e prevê contratar mais 200 até o fim do ano. “Hoje, 55% do tráfego comercial e 45% do tráfego de veículos leves passam pelas nossas rodovias. Vemos tanto potencial no estado que queremos participar da concessão de outras duas rodovias estaduais”, antecipa Calixto, diretor-presidente da CCR ViaSul. A maior concessionária rodoviária do país assumiu a responsabilidade de investir de R$ 5 bilhões em ampliações e R$ 3,6 bilhões em manutenção nas próximas três décadas de contrato. O negócio é tão lucrativo que, somente de janeiro a maio, foram recolhidos R$ 2,6 milhões em pedágio e mais R$ 754 mil em ISS (imposto sobre Serviços). Segundo o governo, os 32 municípios gaúchos abrangidos pela nova concessão terão um retorno de Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
“Quem é empreendedor vai atrás das oportunidades. Precisamos criar as oportunidades aqui no Rio Grande do Sul”, defendeu Koelln, CEO da SKA. A companhia de automação, sediada em São Leopoldo (RS), trabalha com a implantação de sistemas e o desenvolvimento personalizado de softwares e integração entre sistemas. Para atuar em um segmento em constante modernização, a empresa vem investindo em profissionalização dos funcionários. “As universidades não são capazes de oferecer pessoas qualificadas, porque seus currículos demoram para se adequar às demandas do mercado. Muitas vezes quem tem apenas ensino profissionalizante e raciocínio rápido tem mais chances de conseguir uma vaga”, frisou. “Hoje, quem acaba atraindo gente para as universidades são as empresas – e não o contrário”, conclui Koelln. O grupo que diversifica sua atuação também prevê investimentos de R$ 50 milhões para o setor da construção civil, R$ 37 milhões na produção de lácteos, R$ 15 milhões no ramo de informática e, por fim, R$ 5 milhões na produção cervejeira.
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