O espetinho de camarão que fisgou os curitibanos

Sinônimo de frutos do mar em Curitiba, o Grupo Victor acaba de completar 50 anos de presença na gastronomia local. Nesse período, vendeu mais duas mil toneladas de camarões. O faturamento mensal é de R$ 1,2 milhão com o atendimento de 21 mil clientes...
O espetinho de camarão que fisgou os curitibanos

Sinônimo de frutos do mar em Curitiba, o Grupo Victor acaba de completar 50 anos de presença na gastronomia local. Nesse período, vendeu mais duas mil toneladas de camarões. O faturamento mensal é de R$ 1,2 milhão com o atendimento de 21 mil clientes nas quatro operações espalhadas pela cidade. 

Essa história de sucesso, num segmento da economia de muita volatilidade, começou antes mesmo da inauguração do primeiro Bar do Victor, em 1969, na rua Mateus Leme – que já foi conhecida como “rua da praia” por causa dos vários endereços em que se podia comer frutos do mar.

Foi em 1955 que Victor Schiochet abriu seu primeiro negócio: um modesto armazém de “secos e molhados” no então bairro do Taboão. Vendia petiscos, bebidas, quitutes e o já conhecido espetinho de camarão. Tornou-se parada quase que obrigatória para os caminhoneiros que seguiam de Curitiba em direção a Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul.

Em 1969, o pequeno armazém mudou de endereço e ganhou um espaço maior, ainda na rua Mateus Leme, já com nome de Bar do Victor. Ali, funcionou até 1982, quando ganhou sede própria na rua Lívio Moreira, onde funciona até hoje a primeira embarcação do Grupo. Sim, para quem é sinônimo de frutos do mar, restaurante é embarcação.

Hoje, o Grupo é comandado pelo restaurateur Francisco Urban (foto), que faz parte dessa história desde 1999. Chico é engenheiro civil por formação e depois de dois anos de “insistência”, conseguiu ingressar na embarcação do sogro para ajudá-lo a comandar os negócios. Ao lado da mulher, Janice Schiochet, Chico tinha apenas 27 anos de idade e não entendia nada de peixe quando começou a trabalhar com o sogro. 

Em 2002, a chef Eva dos Santos uniu-se à equipe. No ano seguinte, aos 76, Victor faleceu e Chico assumiu o comando dos negócios.

A partir de 2007, Chico começou a expansão do Grupo. Abriu a Petiscaria do Victor, em Santa Felicidade. No ano seguinte, inaugurou o Bistrô do Victor, localizado no ParkShoppingBarigüi. Em 2013, abriu a quarta embarcação, na Praça da Espanha.

Com tantas vilas gastronômicas e restaurantes abrindo de forma acelerada, o que faz o Grupo Victor se manter no radar e roteiro dos curitibanos por meio século?
É uma soma de fatores, como a qualidade dos nossos fornecedores, o prazer em servir, as instalações e localização estratégicas... Além de todo o trabalho de criação dos petiscos e pratos feitos pelo seu Victor no começo dessa história.

Você diria que é mais fácil gerir pessoas, alimentos ou contas?
Somos 150 partners. Para gerenciar pessoas, alimentos ou contas, é preciso ter processos claros e funcionais, com indicadores objetivos para que possamos corrigir os problemas de forma rápida e segura. Pessoas são um desafio e trabalhamos muito para deixá-las cada vez melhor preparadas.

Qual o volume de compras do grupo e a logística com os fornecedores?
O principal estado que nos fornece é Santa Catarina. Depois, vem o próprio Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. E temos produtos importados. Nosso consumo médio, nas quatro embarcações, é de aproximadamente 11 toneladas de pescados in natura por mês. Qualquer alimento é perecível. Mas no caso dos frutos do mar, um complicador é a cultura da pesca no Brasil. A indústria pesqueira nem sempre adota as melhores práticas. A legislação também traz divergências sobre o defeso e seus resultados.

Qual é o faturamento médio do grupo?
O faturamento médio do Grupo está na faixa de R$ 1,2 milhão por mês. O investimento feito na última embarcação não se pagou ainda. Trabalhamos duro para ter resultado operacional, o que na atual conjuntura do país é algo muito bom. Para recuperar todos os investimentos, precisaremos de alguns anos de bons ventos. 

Você indicaria o seu modelo de negócio – quatro casas grandes, espalhadas pela cidade, apenas uma delas sendo comandada por outro gestor e todas as demais por você – para alguém que lhe pedisse conselhos ou que estivesse começando?
Eu recomendo, sim, o meu modelo de negócio! Mas não o considero o melhor. Algumas coisas precisam ser revistas. O aprendizado custou muito caro e é preciso focar e ter um time muito alinhado para dar conta.

Há planos de expansão?
Hoje, não vejo necessidade ou espaço para novos empreendimentos. Estamos trabalhando para fortalecer os restaurantes existentes, otimizá-los e fazer com que a experiência dos clientes seja cada vez melhor. 


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Quinta, 21 Novembro 2024

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