Laboratório de Referência Enológica passará por modernização
A modernização do Laboratório de Referência Enológica (Laren) do Rio Grande do Sul é a mais importante finalidade de um projeto encabeçado pelo setor vitivinícola junto ao Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). O Focem destina-se a financiar programas para desenvolver a competitividade, em particular das economias menores e regiões menos desenvolvidas. O Brasil é o maior contribuinte, aportando 70% dos recursos.
Na semana passada, Sonia González e Thaís Palermo Buti, representantes do Fundo, e Silvia Drummond, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, estiveram no laboratório, em Caxias do Sul (RS), para dialogar com integrantes de entidades do segmento e viabilizar o andamento da iniciativa. O valor total do projeto é de US$ 5,9 milhões (cerca de R$ 18 milhões). O Laren (foto) é mantido com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi).
O responsável técnico do Laren, Plinio Manosso, explica que a modernização da unidade inclui a compra de equipamentos para a oferta de novos métodos de análise, a qualificação dos técnicos, contratação de pessoal e melhorias no espaço físico do laboratório. Entre os novos métodos, Manosso destaca a possibilidade de incorporação do teste de Ressonância Magnética Nuclear, que permite a identificação da origem do álcool presente nos produtos. Outra verificação que será possível é a que identifica resíduos de agrotóxicos acima do permitido, além da presença de metais pesados em vinhos e sucos. "Em geral, essa modernização beneficia o setor por proporcionar controle maior da qualidade dos produtos, já que também pode-se melhorar e padronizar com os países do Mercosul alguns métodos de análise", detalha.
O diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, revela que a padronização é importante para uniformizar itens como a medição do teor de açúcar presente nos produtos e a consequente classificação como seco ou suave, entre outras características importantes de serem conhecidas pelos diferentes países produtores e mercados. "A proposição de parcerias, de cooperação técnica com laboratórios dos demais países do Mercosul pode ajudar a estabelecer um padrão único", acredita. Bottega acrescenta que a modernização do Laren, com a inclusão de novos métodos de análise, pode ajudar no controle mais efetivo dos vinhos brasileiros comercializados no mercado interno, dos produtos destinados à exportação e dos vinhos importados. O projeto está na primeira fase de avaliação pelo Focem. A previsão para a aprovação, repasse de recursos e início do processo de qualificação do laboratório deverá ocorrer nos próximos meses.
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