Célula solar mais eficiente do país é desenvolvida no Sul

Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em parceria com a Eletrosul produziu células solares com a maior eficiência do Brasil, 17,3%, e de forma totalmente industrial. Intitulado “Desenvolvimento de Processos Indust...

Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em parceria com a Eletrosul produziu células solares com a maior eficiência do Brasil, 17,3%, e de forma totalmente industrial. Intitulado “Desenvolvimento de Processos Industriais para Fabricação de Células Solares com Pasta de Alumínio e Passivação”, o projeto de P&D Aneel comprovou que é possível a produção de mais potência elétrica com a mesma quantidade de silício. 

O estudo está em linha com uma visão pragmática de Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS. Em uma entrevista publicada recentemente no portal AMANHÃ, Teixeira afirmou que a pesquisa acadêmica tem de desembocar em inovação e empreendedorismo. Ele também disse que as universidades pecam por inovar pouco, ainda que produzam inúmeras pesquisas acadêmicas (veja a entrevista completa aqui).

O projeto foi desenvolvido pela equipe do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da PUCRS e coordenado pelos professores da Faculdade de Física Izete Zanesco e Adriano Moehlecke, com apoio de alunos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Faculdade de Engenharia. A maior eficiência registrada até então no Brasil, de 17%, era de uma célula solar (foto) produzida em laboratório pelo NT-Solar, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com o Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madri, da Espanha. 

O resultado do projeto de P&D, iniciado pela PUCRS e Eletrosul em 2015, é importante para o setor produtivo de módulos fotovoltaicos no Brasil. A professora Izete Zanesco, umas das coordenadoras do estudo, explica que a célula solar foi desenvolvida em lâmina de silício grau solar e se diferencia do processo padrão da indústria atual de células solares de silício. Isso, porque o campo retrodifusor foi produzido pela difusão de boro, em vez de alumínio, o que possibilitou a passivação de ambas as faces da célula solar. Nesta célula solar, a passivação foi produzida por dióxido de silício que é crescido nas duas faces simultaneamente. “Se o custo do processo não aumentar, então, há uma redução do custo da produção de energia elétrica a partir da conversão direta de energia solar”, explica Izete. A professora ressalta que o próximo passo é comparar o custo do processo desenvolvido pela equipe do NT-Solar com o custo atual do processo padrão da indústria. 

Há mais de 10 anos, a Eletrosul vem pesquisando e incentivando tecnologias de produção de energia a partir do sol, e que deram origem ao recente desenvolvimento das células solares com a maior eficiência do Brasil. A primeira iniciativa se deu em 2004, quando a empresa participou de pesquisa coordenada pela PUCRS para o desenvolvimento de módulos fotovoltaicos com tecnologia nacional. Em seguida, a Eletrosul implantou em sua sede, em Florianópolis (SC), um projeto piloto de geração fotovoltaica (12 kilowatts), que funciona como uma planta de demonstração e estudos. A produção de energia elétrica atende parte do consumo do edifício. 

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Sexta, 13 Dezembro 2024

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