Assinatura de protocolo para Babitonga é estratégica, avalia Fiesc

Aprofundamento do canal de acesso da Baía é necessário para permitir operação de navios maiores
A expectativa é de que a obra amplie de 14 metros para 16 metros a profundidade do calado dos navios, permitindo receber grandes embarcações de até 366 metros

Os portos de Itapoá e de São Francisco do Sul assinaram na segunda-feira (3) um protocolo de intenções com o governo do estado para viabilizar obras no canal de acesso da Baía da Babitonga, onde ambos estão localizados. O objetivo da parceria é buscar alternativas para financiar e executar o alargamento e o aprofundamento do canal, para que os terminais possam receber navios maiores. O protocolo de intenções é a primeira etapa do projeto, orçado em aproximadamente R$ 300 milhões. A expectativa é de que a obra amplie de 14 metros para 16 metros a profundidade do calado dos navios, permitindo receber grandes embarcações de até 366 metros. Armadores que operam no complexo portuário explicam que, com a dragagem adequada e investimentos para ampliar o calado, poderia-se aumentar a oferta de movimentação de contêineres. Hoje, Itapoá é o quarto porto do país na movimentação de contêineres.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, acompanhou a assinatura e avaliou a iniciativa como positiva. Ele destacou que o anúncio se soma a outras duas importantes medidas do governo do estado: o plano aeroviário e o plano estadual de logística de transporte. "Isso mostra o empenho do governador em resolver os graves problemas da logística de transporte do estado. Estas são antigas demandas do setor produtivo catarinense", avaliou. Aguiar explica que a indústria perde competitividade quando os portos operam abaixo do seu potencial. "Por isso, os investimentos para manter a atratividade dos terminais catarinenses não podem mais esperar. Nesse sentido, esta parceria para a Baía da Babitonga é uma proposta inteligente, porque não retira recursos do caixa do governo", destacou.

O presidente da Fiesc lembrou que recente evento na entidade mostrou que os portos brasileiros estão defasados em 15 anos em relação aos navios hoje disponíveis e atrasados em 6 gerações de navios. "Os cargueiros que atracam em Santa Catarina são navios menores em relação ao resto da frota mundial e operam com capacidade de carga reduzida por causa do calado, o que os torna menos eficientes, não só no volume de cargas, mas também no consumo de energia," explicou. A assinatura do protocolo ocorreu na Casa d'Agronômica com a presença do governador Jorginho Mello, secretários de estado, entidades e representantes dos portos. Conforme o Porto Itapoá, especialistas em inteligência de mercado estimam que, em 10 anos, a área de influência direta do Complexo da Babitonga tem potencial para saltar de 16 para 48 empresas portuárias e retroportuárias com investimentos privados diretos que podem chegar na casa dos R$ 15 bilhões, passar de uma geração de renda anual de R$ 300 milhões para R$ 1,8 bilhão e saltar dos atuais 8.500 empregos para 45 mil oportunidades de novas vagas.

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Segunda, 08 Julho 2024

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