Em meio a tensão entre EUA e Irã, dólar sobe

O mercado doméstico vem operando com uma forte valorização do dólar no Brasil e no exterior, em meio à deterioração geopolítica dos Estados Unidos com o Irã. Ao longo da manhã desta sexta-feira (3), o dólar à vista chegou à mínima de R$ 4,0539 (um aumento de 0,74%) e à máxima de R$ 4,0699 (+1,14%), atingindo, agora, o patamar de R$ 4,0582 (+0,82%). A Bolsa brasileira iniciou o pregão com queda superior a 1%, mas esse índice diminuiu ao longo do dia, limitado pela alta da Petrobrás. 

O cenário é reflexo do ataque aéreo americano em Bagdá, Iraque, que, na noite desta quinta-feira (2), causou a morte do comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, Qassem Soleimani. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu “retaliação severa”, e a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá solicitou que os cidadãos estadunidenses abandonassem o Iraque "imediatamente". 

Os impactos do ataque norte-americano também devem ser percebidos na inflação e nos preços dos combustíveis regulados pela Petrobras. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai se encontrar com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, para avaliar a situação e que está tentando contato com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. "Que vai impactar, vai", declarou. O petróleo já teve um aumento de 4,1% no preço do barril de WTI e 4,5% no de Brent. As ações PN subiram 0,78%, a R$ 30,94, e ON chegou a R$ 32,88, uma alta de 0,24%. O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, afirmou que o acontecimento vai gerar instabilidade e volatilidade de preços no mercado internacional, mas que não é possível definir a duração desses efeitos.