Transporte aquaviário desperta interesse de uma entre cinco empresas
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 29% das empresas do setor industrial utilizam a cabotagem como meio de escoamento de suas cargas. Entre aquelas que ainda não adotam esse tipo de transporte, 20% demonstram interesse em utilizá-lo, desde que existam condições adequadas para sua implementação. A consulta aponta que, entre os entrevistados que têm conhecimento do Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, conhecido como BR do Mar, nove em cada dez vislumbram algum benefício com a medida, instituída no novo marco regulatório para o setor e em vigor desde julho.
A maior parte dos empresários que esperam ter benefício com o BR do Mar sinaliza que a redução de custos seria o principal benefício esperado a partir da efetiva implementação do programa – opção indicada por 85% das empresas que atuam na cabotagem e 70% das empresas que não usam o modal. "Apesar de termos uma costa litorânea extensa, ainda usamos pouco a navegação por cabotagem e os dados da pesquisa evidenciam esse potencial. Para a indústria, que transporta grandes cargas e volumes, a modalidade é um grande diferencial para a competitividade do setor. Por isso, o BR do Mar é tão relevante", avalia Roberto Muniz, diretor de relações institucionais da CNI.
A cabotagem é o transporte entre portos do mesmo país, utilizando as costas e hidrovias sem cruzar fronteiras internacionais. Esta modalidade logística é uma alternativa ao transporte terrestre, com vantagens como a movimentação de grandes volumes, redução de custos, maior segurança contra roubos e menor impacto ambiental. O Brasil tem enorme potencial para o uso da cabotagem, mas atualmente essa modalidade representa apenas 11% da matriz de transporte nacional, sendo majoritariamente concentrada na movimentação de petróleo e derivados (75% do total movimentado). Entre os motivos para as empresas não usarem a cabotagem, o principal apontado foi a incompatibilidade geográfica (45%). Foram mencionadas ainda a indisponibilidade de rotas (39%), o maior tempo de trânsito (15%) e a distância da origem do transporte até o porto (15%).
Os gaúchos são os que têm maior interesse em ampliar uso do modal, embora 65% das empresas consultadas não utilizem o transporte por cabotagem. A pesquisa revela também que uma em cada cinco estaria disposta em adotar o modal se houvesse condições adequadas de transporte. Firmas com maior interesse pelo modal estão situadas nos estados do Rio Grande do Sul (17%), Bahia (13%), Rio Grande do Norte (13%), Santa Catarina (13%), Pernambuco (8%), Rio de Janeiro (8%), São Paulo (8%), Sergipe (8%), Maranhão (4%), Pará (4%) e Paraná (4%). A redução de custos (79%) foi o principal fator para uso da cabotagem pelas empresas que responderam utilizar esse meio, seguido pela segurança no transporte (21%).
Veja mais notícias sobre InfraestruturaIndústriaBrasilRio Grande do Sul.
Comentários: