Sua empresa está preparada para a próxima pandemia?
Não é segredo que, com a pandemia, o mercado vivenciou na pele a importância de conceitos como agilidade, resiliência e adaptabilidade. Com a chegada das vacinas, é possível enxergar o princípio de uma luz no fim do túnel – mas, como prevê a Forrester, o túnel parece ser maior do que se imagina. O VP e CIO Executive Partner da empresa, Luiz de Oliveira, compartilhou a pesquisa de tendências para os próximos anos da companhia norte-americana durante o webinar Futuros Possíveis, coordenado pelo titular do blog Mindset Digital do Portal AMANHÃ, Ademir Piccoli. Ao longo da fala, Oliveira esclareceu que as tendências globais e os costumes nos quais a sociedade está enraizada fazem com que o surgimento de novas pandemias seja inevitável. O crescimento da urbanização e a vida de alta densidade populacional, muitas vezes em condições anti-higiênicas; o desmatamento, que está ligado a 31% dos surtos de doenças novas e emergentes; o crescente deslocamento de pessoas entre países, por motivos como perseguição e conflitos; a mudança climática, que altera os padrões de transmissão de doenças infecciosas; e o crescimento de viagens, comércio e conectividade entre centros urbanos são apenas alguns dos motivos.
"Uma coisa é certa: a incerteza", adiantou Oliveira, deixando claro que não é possível prever o que irá acontecer, e, sim, a maneira com que cada organização agirá perante a situações hipotéticas. A boa notícia é que a pandemia do coronavírus fez com que empresas acumulassem aprendizados e novas habilidades – mas não o suficiente para abaixar a guarda. Com as preocupações e adaptações que surgiram, novas tendências acabaram sendo inevitáveis. Uma delas é o tecnonacionalismo, uma nova linha de pensamento mercantilista que vincula a inovação tecnológica à segurança nacional, à prosperidade econômica e à estabilidade social de uma nação. É o caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua tentativa de barrar o TikTok em terras estadunidenses. E o nacionalismo na área da tecnologia logo deve expandir para campos como 5G, IA e IoT, o que diminui a cooperação entre países e arrisca uma dificuldade de fornecimento em cadeias de distribuição, como muito se observou em 2020. Essa competitividade entre países ainda faz surgir uma nova tendência: a hiperlocalização, que representa a necessidade de adoção de soluções locais.
Outra tendência que surge com a pandemia é a aceleração. Ciclos de projetos que levariam anos para serem completados são reduzidos pela metade com as facilidades trazidas pela internet, mobilidade e social networking. "Essa aceleração exige das empresas uma capacidade de adaptação, de aceleração da velocidade de transformação e bastante flexibilidade, mas essas não são as únicas soluções. Também é preciso adaptar processos, políticas e estruturas de equipe para que tenham a capacidade de reagir rapidamente e antecipar o que vai acontecer", defende Oliveira. Para ele, há alguns conceitos básicos que facilitam essa missão: adaptabilidade, criatividade, resiliência e empatia com o cliente em todos os níveis e funções das companhias. Também ajuda pensar em plataformas em vez de tecnologias na hora da inovação, isto é, utilizar elementos já existentes para criar soluções novas. Assim, o tempo entre a idealização do projeto e sua realização é encurtado de maneira significativa. "A prática é muito mais importante do que o processo. Empresas adaptáveis vão além de agilidade e transformação digital. Elas vencem antecipando as necessidades de seus clientes e funcionários e, em seguida, reconfigurando-se de forma proativa para atender a essas demandas", reforça Oliveira que participou do Webinar diretamente de Paris.
Um ponto cada vez mais importante é a ética, que vai desde a rastreabilidade de fornecedores – afinal, é preciso garantir que eles sigam os mesmos valores ambientais e humanos de seus clientes – até a valorização da experiência do funcionário. "Não existe experiência boa do cliente sem a do funcionário", garante Oliveira. Diferentes países também já vêm entrando em discussões a respeito da ética na inteligência artificial, assunto que deve estar cada vez mais em pauta. Em meio a tantas mudanças, uma coisa é certa: é preciso respeitar a capacidade de cada empresa de se adaptar, tendo em vista as dificuldades organizacionais e de culturas que podem existir em cada contexto. Mas, Oliveira aconselha, a diferença entre o que se sabe e o que se pode fazer não pode diminuir a ambição e a capacidade de transformação dos gestores.
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