Por que estar em um parque tecnológico?
Há poucas semanas, a SMark, empresa que lidero ao lado do Fábio Beckenkamp, completou um ano de sede no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, mais conhecido como Tecnopuc. A data me levou a pensar – e confirmar – os motivos pelos quais fizemos essa opção. Mas, mais que isso, também instigou a reflexão sobre a importância desses espaços para o nosso ecossistema de tecnologia e negócios no Rio Grande do Sul e no Brasil.
De acordo com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, existem no estado atualmente 16 parques tecnológicos, distribuídos em 20 locais por diferentes regiões. Com efeito, eles têm o papel de estimular a interação entre academia e mercado. Papel este que vem sendo cumprido e nós vivenciamos nesse último ano, muito embora a pandemia e o distanciamento físico tenham nos deixado em home office em boa parte de 2020.
Primeiramente, é interessante derrubarmos o senso comum quanto às empresas sediadas em um lugar como esse. Nem só de startups vive um parque tecnológico. Ao contrário, a pluralidade é uma das suas principais características. E o resultado é um ambiente colaborativo muito motivador.
Para nós, tudo começou quando fomos visitar um parceiro com sede no Tecnopuc. Na época, estávamos já há muitos anos com escritório no centro de Porto Alegre. Uma região bastante comercial, com certeza, e de muita circulação de pessoas. No entanto, percebemos que a mudança era necessária.
Ao ver com outros olhos um parque tecnológico, vimos também um ambiente moderno, ágil, marcado pela inovação, pelo ensino e pela pesquisa. Mas foi a partir da mudança efetiva que concluímos o real valor intangível da nossa nova sede. Estar em um parque tecnológico, especialmente em uma universidade como a PUCRS, nos estimula de formas que não éramos estimulados antes. Convivemos lado a lado com empresas modernas que crescem exponencialmente e com a academia.
Não se trata de uma troca prática, concreta, burocrática ou monetária. É uma energia intangível que vem dos encontros com colegas empresários e professores. São os bate-papos na hora do cafezinho. Um lugar legal de se trabalhar, mas também um espaço onde a informação circula de forma mais ágil. A verdade é que as oportunidades surgem para quem está ali, aberto ao momento. Em outras palavras, é preciso ser participativo para usufruir dessa atmosfera.
E isso é algo que boa parte dos empresários, como nós, tem: visão de mercado. Essa visão inclui um olhar voltado para o que está acontecendo de novo. E ali, no centro de um parque tecnológico, é possível ficar ainda mais ligado às novidades. Na minha opinião, um dos principais motivos da estagnação de determinadas empresas é a falta de estímulo. O que jamais acontecerá quando se está sediado em um parque tecnológico – e, portanto, rodeado de diferentes estímulos de inovação, pesquisa, mercado, etc.
Além disso, é inegável o prestígio que se ganha ao estar ali: o parque tecnológico serve como um cartão de visitas, uma referência para clientes, prospects e outros possíveis parceiros, de que a sua empresa está engajada com o atual ecossistema de tecnologia da região. Resumidamente, é um resultado intangível, mas muito positivo.
Em última análise, é importante frisar que a empresa precisa ter maturidade para usufruir desses aspectos e estar atenta a esses valores mais abstratos. Não basta estar lá, deve estar alinhada a essa cultura que vem com o parque tecnológico.
Mais do que retomar o antigo normal, o meu desejo após a vacinação é voltar ao Tecnopuc – assim como visitar outros parques pelo Rio Grande do Sul – e vivenciar plenamente essa energia potencializada pela troca, pelo conhecimento e pela inovação. As empresas se desenvolvem juntas e, com elas, a nossa cidade e o nosso Estado também.
*Master em gestão econômica e estratégica de negócios e CEO da SMark
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