Gramado Summit leva mundo da inovação à Serra Gaúcha

Mais de 200 palestrantes e 500 marcas expositoras passaram pelo evento de 12 a 14 de abril 
Foram sete palcos de conteúdo e diversos ambientes de encontro e networking, além de uma verdadeira feira de negócios com estandes de empresas dos mais variados setores

Tecnologia, empreendedorismo, comunicação, marketing, cases de sucesso e de fracassos, também. De 12 a 14 de abril, o Gramado Summit abordou uma gama de assuntos relacionados ao mundo da inovação no Serra Park. Mais de 200 palestrantes e 500 marcas expositoras passaram pelo evento, que ofereceu aos mais de 10 mil visitantes insights de especialistas e pesquisadores de mercado, empresários, comunicadores, políticos e influenciadores. Foram sete palcos de conteúdo e diversos ambientes de encontro e networking, além de uma verdadeira feira de negócios com estandes de empresas dos mais variados setores. Alguns dos palcos novos apresentados esse ano, como o Inovação para o Setor Público, o de Saúde e o da Quebrada, demonstram a variedade e a ampliação dos temas abordados no evento, que ainda contou com nomes como Joel Jota, Pequena Lô e João Branco. A redação de AMANHÃ selecionou alguns destaques do evento.

De empresa de xerox a parceira da Audi e Real Madrid
Em 1982, no centro de pesquisa de xerox, John Warnock e Charles Geshcke tiveram uma ideia bastante inovadora para a época: uma estratégia para capturar documentos e enviar versões eletrônicas deles para outros computadores. Com a proposta recusada pelos chefes da época, Warnock e Geshcke criaram uma empresa que, hoje, é utilizada por 98% das pessoas que trabalham com criação de conteúdo e documentos. A companhia esteve presente no desenvolvimento de todos os filmes vencedores do Oscar desse ano e coleciona parcerias com empresas como Audi e Real Madrid: a Adobe. A head de marketing da empresa, Núbia Mota, compartilhou como a empresa se tornou um dos maiores e-commerces do mundo e multiplicou por quatro seu faturamento de 2012 a 2022. A estratégia parece simples, mas foi, na época, um grande risco tomado pela diretoria da empresa: a transição do modelo de vendas dos softwares em lojas, que já os rendia milhões de dólares, ao modelo de assinatura recorrente digital. A empresa foi, inclusive, a criadora desse formato.

Outra sacada importante foi ser a primeira a dividir totalmente suas equipes em três squads, a creative cloud, document cloud e experience cloud, o que permitiu a garantia de budgets separados e três fontes diferentes de lucro. Núbia revela que, ao longo da jornada de crescimento da empresa, cinco fatores foram decisivos: previsão de receita, fidelização do consumidor, escalabilidade, entrega da melhor tecnologia e constante aquisição. Esse último fator, inclusive, foi um dos grandes responsáveis pela popularização da Adobe, que fez seu nome ao adquirir o Photoshop e o Acrobat, famoso leitor de PDFs utilizado mundialmente. Núbia apresentou, ainda, a nova aposta da empresa, o Adobe Firefly, que gera artes para projetos através da inteligência artificial. O software ainda está em desenvolvimento e será disponibilizado na versão beta, mas promete revolucionar a criação de conteúdo. "Sobre inteligência artificial, não acreditamos que ela vai tirar nossos empregos, mas sim que vai ser um copiloto para profissionais que querem trabalhar melhor, ter mais produtividade e se reinventar. É uma maneira de potencializar nosso conhecimento e como trabalhamos", aposta.

As startups do amanhã
Quais são as preocupações de startups que se dispõem a resolver, desde já, problemas do futuro? Gabriel Araújo, head de investimentos na BlackRocks Startups, Eric Souza, fundador da Wastee e Carla Cristina Almeida, head da Parças, responderam a essa pergunta durante o painel Startups do Futuro. Mesmo com projetos bastante distintos, todos têm o mesmo objetivo: promover a mudança e construir um futuro mais sustentável e inclusivo. A Wastee procura garantir a destinação correta de resíduos eletrônicos, transformando-os em outros produtos e gerando toda uma economia circular a partir dessas trocas. Através dela, é possível descartar um mouse e adquirir uma geladeira com desconto, por exemplo. Ainda é utilizada, nos processos, a inteligência artificial. Com ela é possível tirar uma foto do resíduo que está sendo reaproveitado e identificar de qual produto ele fazia parte. A startup paulista pretende, em breve, expandir para todo o território nacional e tem mercado para isso. Segundo Souza, mais de 152 milhões de brasileiros possuem eletrônicos esquecidos em gavetas atualmente.

Já a Parças, startup de Carla Cristina, apresenta um lado social ao mesmo tempo em que busca resolver uma dor comum em muitas empresas de tecnologia: a dificuldade em encontrar desenvolvedores que se fidelizem a uma companhia e não migrem para outras oportunidades em curtos espaços de tempo. Foi assim que Carla teve a ideia de ensinar tecnologia para pessoas que passaram pelo sistema socioeducativo e estão em situação de vulnerabilidade social, promovendo aulas de programação dentro de presídios e comunidades, inserindo pessoas no núcleo da tecnologia e as inserindo novamente no mercado de trabalho. "Educação e conhecimento são as únicas coisas que ninguém tira de nós. Ouvimos isso durante nossa formação, e a Parças entende que a educação é o futuro. Investimos na educação como perspectiva de que podemos mudar as pessoas e pensando no futuro, pois é a educação que transforma as comunidades e o país", resume.

O vale do silêncio e...
Quando se fala em empreendedorismo, é comum fazer uma associação com o Vale do Silício, região da Califórnia reconhecida mundialmente como um dos principais polos de inovação e tecnologia. Em outros países, no entanto, vem sendo notado um outro movimento: o "vale do silêncio". É assim que Thiago Pandolfo, head de inovação do Sicredi, se referiu ao empreendedorismo dos cooperativos durante conversa no palco SebraeX, no Gramado Summit, na quinta-feira (13). "Existem dois tipos de empreendedores. O de startup, que tem estrutura e processo de base e todo um ecossistema de suporte, e o cooperativo, que geralmente empreende por necessidade", classifica. Através de uma empresa de propriedade coletiva gerenciada de forma democrática, o principal objetivo das cooperativas é atender às necessidades e aspirações de seus membros, promovendo o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das comunidades em que atuam. Leia a matéria completa, publicada por AMANHÃ, clicando aqui.

...o silêncio que faz barulho
No que as big techs estão de olho em relação a investimentos para os próximos anos? Para Rafael Sbarai, group product manager do Cartola Express, a resposta é simples e se divide em quatro principais setores: saúde, serviços automobilísticos, conteúdo e livestreaming. Durante palestra no segundo dia de Gramado Summit, que ocorre de 12 a 14 de abril na Serra Gaúcha, ele apostou que os focos de gigantes como Google, Apple e Amazon vêm preparando apostas em produtos específicos dessas áreas, devido ao grande potencial de crescimento e impacto econômico que podem proporcionar. Leia a matéria completa, publicada por AMANHÃ, clicando aqui.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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